segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Recife Jazz Festival 2009 - 07/11/09


Recife tem sido generoso com os amantes da música, a quantidade de atrações que se espalham pela cidade principalmente nos finais de semana são incontáveis, nem sempre foi assim, houve épocas, há alguns anos atrás, que a vinda de uma atração nacional, era motivo de festas e uma atração internacional, esta nem pensar, só aportavam por aqui as já decadentes, que faziam show em qualquer lugar, fazia-se pouca música em Recife, como resultado, ouvia-se pouca música. Muito desta mudança deve-se ao movimento mangue beat, a agitação cultural promovida pelos caranguejos com cerébro contaminou a todos, independente de estilo.

Tem-se como resultado deste contínuo crescimento cultural, festivais de todos os estilos e sempre com sucesso de crítica e público. Em seu sexto ano o "Recife Jazz Festival" nos brindou com música da melhor qualidade, aproveitando o mote do ano França-Brasil, o festival promoveu um intercâmbio com artistas franceses, se não muito conhecidos, mas de ótima qualidade. Infelizmente não pude comparecer ao primeiro dia no Pátio de São Pedro, fui só a partir do segundo, aí já instalado, como nos anos anteriores, na Torre Malakof. A apresentação do duo francês de piano/bateria com Pierre Alain Goualch e Remi Vignolo foi recheada de improvisos só possível pelo entrosamento dos dois ótimos músicos, o que poderia soar estranho com um duo não muito comum, soou bem agradável pelas composições que privilegiavam com maestria cada instrumento, um espetáculo que bem aceito pela plateia. Outra surpresa foi o ótimo trio Finlandês Jaska Lukkakurian Trio, desconhecido por mim e pelo grande público, afinal, pensava que na Finlândia só tinha gelo e frio. O baterista Jaska Lukkakurian, com sua batida rápida e vigorosa é uma mistura de Gene Krupa, Art Blakey e Ginger Baker, não com a mesma qualidade dos mestres, mas chega próximo, fez uma apresentação competente, com belas canções, além da bateria, baixo e sax completavam o trio, ótimos músicos que desenvolviam composições de estilo tradicionais mostrando que o jazz não precisa sempre de inovações, bastante bem recebido pela calorosa plateia. Fechando a noite o grupo Uruguaio El Toque de Candombe, que apresentaria um espetáculo com o "Candombe" uma espécie de ritmo carnavalesco uruguaio, se o carnaval de lá for o reflexo deste ritmo, é melhor ficarem por aqui que é bem mais contagiante, o grupo fez uma apresentação mediana, é meio fusion, meio tradicional, nada de novo, deve ser estranho este carnaval do Uruguai.

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