domingo, 27 de setembro de 2009

LP The Eddie Condon Concerts Town Hall 1944 - 45 - Eddie Condon


Eddie Condon era um guitarrista que teve alguma projeção entre os anos 30 e 40, com sua própria Big Band, promovia apresentações que ficaram conhecidas como as "Town Hall Jazz Concerts". Ele apresentou o primeiro de seus vários "Town Hall Jazz Concerts" por volta de 1942. Foram concertos históricos por muitas razões, mas principalmente por terem sido a primeira série regular de concertos jazísticos jamais apresentada.

Neste disco, está incluso algumas destas apresentações, em gravações ao vivo, pena que com uma sonoridade bastante precária, com seu estilo "dixieland" que era o ritmo mais popular da época, fica longe de ser um dos melhores, principalmente se comparado a Tommy Dorsey e Duke Ellington, algumas músicas se destacam pela intervenção sempre primorosa do clarinetista Pee Wee Russell, tais como "D. A. Blues" e "Pee Wee Blues" de sua autoria. Sempre com um estilo dançante que lembra uma nostalgia de filme de época, o disco é um exemplo do mais puro jazz, outro músico de renome que atuava na orquestra era o baterista Gene Krupa, cujo ritmo pode-se ouvir bem em "Memphis Blues".

Estas sessões fornecem não apenas um claro exemplo da direção que o jazz tomava em 1944, mas também um fragmento da história dessa maneira de tocar, um pouco de nostalgia e uma saudável perspectiva da capacidade de Eddie Condon.

Ano de lançamento: 1974

Ano de aquisição: 1975

Nota: Já curioso e em busca de novos ritmos, tinha ouvido falar muito bem de um estilo de música chamado Jazz, o que aguçou minha vontade de conhecê-lo e o que me fez adquirir este disco. Não faço a menor ideia e nem tenho a menor lembrança por ter optado por Eddie Condon, deve ter sido indicação do vendedor (o disco devia estar encalhado), confesso que desde que comprei este disco e até hoje, nunca mais ouvi falar de Eddie Condon. Ele não deve ter tido muita relevância no exigente cenário jazzístico, fora este LP nunca vi nenhum outro disco dele, se para o meio jazístico ele não teve muita importância, para mim, Eddie Condon foi da maior relevância, pois a semente plantada por este disco é que me fez no futuro descobrir os grandes mestres do Jazz, estes sim geniais, Miles Davis, Duke Ellington, Thelonious Monk, Oscar Peterson, Keith Jarret, Egberto Gismonti, etc... que me fizeram perceber a magnitude e amplidão que a música pode ter. Guardo este disco com muito carinho porque para mim Eddie foi o máximo, valeu.

sábado, 26 de setembro de 2009

LP Sally Can't Dance - Lou Reed

Lou Reed, David Bowie e Iggy Pop, formaram a trinca de ouro do rock visceral surgido no final dos anos 60 nos guetos Londrinos, a época era do movimento Flower Power, combate a Guerra do Vietnã, só que o trio passou meio ao largo de tudo isso, visando mais a condição humana e combatendo as desigualdades sociais, as quais sentiam na pele. David Bowie o mais centrado dos três, se isso quer dizer alguma coisa, foi o que conseguiu um sucesso maior, comercialmente falando, enquanto o amigo despontava para um público cada vez maior, sendo reconhecido tanto pela crítica, quanto pelo público, Lou Reed e Iggy Pop só tinham o reconhecimento musical pela crítica, enquanto lançavam discos viscerais e primordiais para o rock, permaneciam restritos aos guetos dos "entendidos".

Este é considerado o disco menor, o mais pop do poeta das ruas e o que conseguiu a maior performance de vendas na carreira de Lou, o que significou ser defenestrado pelos "entendidos do gueto". Com um visual que hoje poderia ser confundido com qualquer pagodeiro das "quebrada", Lou realmente está mais light neste disco, até as letras sempre ácidas, estão mais amenas, falando de desventuras de cidadãos comuns. O Rock visceral e agressivo dos discos anteriores dá lugar a um estilo mais pop, mais dançante como em "Ride Sally Ride" e na faixa título, que chegou a fazer um certo sucesso na época, nota-se que a guitarra do Lou continua vigorosa apesar do tom mais ameno, são as melhores do disco, há uma balada muito bonita "Billy" onde a voz rascantemente bela de Lou funciona muito bem.

O disco fica longe das verdadeiras maravilhas que foram "Transformer" e "Berlin" e não tem o vigor dos excelentes ao vivo "Rock'n'roll Animal" e "Lou Live", lançados a época, mas um disco de Reed é sempre agradável de se ouvir mesmo agora 35 anos após seu lançamento, continua atual, como deve ser a obra dos gênios.

Ano de lançamento: 1974
Ano de aquisição: 1975

CD 100 Anos depois... é Frevo no PE - Quinteto Violado



A minha intenção com este blog é comentar por ordem cronológica de aquisição os LPs e Cds de minha coleção, como ela iniciou-se já há muito tempo atrás ainda estou bem no comecinho com os LPs, mas resolvi abrir uma exceção nesta sistemática devido a grata surpresa de ouvir o cd "100 anos depois..." deste excelente grupo pernambucano Quinteto Violado.

Como o próprio título revela é um disco de frevos, e sendo do Quinteto Violado, um grupo do qual gosto muito desde tempos idos, seria sinal de boa música, me recordo de uma crônica que o Artur da Távola escreveu na sua coluna do Globo, também há tempos idos, que causou espanto e polêmica quando ele discorreu sobre a possibilidade do Quinteto Violado ser melhor do que os Beatles, exageros a parte e paralelos exdrúxulos, a verdade é que o Quinteto sempre primou pela qualidade de sua música que sempre esteve entre uma das melhores feitas no País.

Este disco revela que após mais de 30 anos de sua fundação o grupo continua primando pela excelência no seu repertório. Sendo um disco de frevo, eu não tinha muita expectativa, apesar de gostar muito do genêro, confesso que o a execução à exaustão do ritmo nos dois primeiros meses do ano que antecedem o carnaval aqui em Recife, termina contribuindo para que se esgote a possibilidade de escutá-lo fora desta época. Decidi ouvi-lo meio sem querer e qual não foi minha surpresa ao deparar com a mexida que eles deram nos arranjos dos tradicionais frevos que constam no repertório, o qual foi escolhido democraticamente pelos fãs pela internet, eles conseguiram dar uma renovada nos já tradicionais frevos executados há quase um século, sempre com os mesmos arranjos, apesar de muitos bons, precisavam deste sopro de renovação.

Clássicos imortais como "Voltei Recife"; "Hino do Elefante"; "Madeira que cupim não rói" que levantam e arrastam multidões que deixam suas mazelas de lado e cantam e se encantam felizes com o espírito carnavalesco nas ruas históricas de Olinda e Recife, se mostram ainda mais belas com o Quinteto. É de se impressionar com a semelhança do frevo com o tango no arranjo de outro clássico "Hino da Ceroula", os menos avisados podem até pensar que se trata de uma composição do extraordinário Astor Piazzola, maravilhoso.

E tem muito mais, Antonio Maria deve estar feliz lá em cima ao ouvir a interpretação para seus Frevos Nº 1 e Nº 2, brilhante. A possibilidade de se ouvir o frevo de bloco "O Bom Sebastião" de Getúlio Cavalcanti numa versão meio bluseira é descobrir a inesgotável qualidade deste ritmo, outra do Getúlio que ficou belíssima foi "Último regresso" e fica-se a imaginar como seria encantador cantá-la nesta versão nas ladeiras de Olinda, é de se arrepiar.

O que poderia ser uma heresia, o Quinteto mostra que não, mudar o arranjo da música que é o simbolo do carnaval pernambucano "Frevo das Vassourinhas" ´que está para o carnaval, assim como "Cidade Maravilhosa" está para o Rio de Janeiro, pois, eles conseguiram mostrar que ela também é bonita numa versão mais jazzistica, claro que perde em vigor, mas aí é covardia, nem gringo esloveno consegue ficar parado aos acordes das vassourinhas.

Hino da Pitombeira, dos Batutas de São José também estão no disco para encantar a todos, muitas possibilidades para este genêro secular, vida nova ao frevo, agora vão ser mais 100 anos de frevo no PE.

Um disco obrigatório para os amantes da boa música, para os que gostam e os que não gostam do frevo, disco para se ouvir o ano inteiro, não apenas na época do carnaval e não por poucos anos e sim por cem anos.

Ano de lançamento: 2008
Ano de aquisição: 09/2008

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

LP e CD Out of our heads - The Rolling Stones


Este é só para constar sua aquisição, falar sobre os Rolling Stones é apenas desfilar adjetivos, pura redundância.

RS no frescor da juventude, rock cheio de jovialidade.

Comentar o que sobre um disco que lançou a música que virou sua marca registrada "(I Can't get no) Satisfaction", um dos riffs mais conhecido da história do rock, música que empolga até os dias de hoje, apesar de Mick Jagger ter declarado em certa época que se recusaria a cantar "Satisfaction" depois dos quarenta anos (ele é um marqueteiro eficiente), o que vemos é que sua previsão não se concretizou, pois os já sessentões continuam cantando "Satisfaction" com a maior satisfação.

Outros clássicos do disco "Mery, Mercy", "That's how strong my love is", baladaço do Otis Redding com uma levada blues que só o Mick sabe cantar, primorosa, "Cry to me" outro tributo a música negra americana, desta vez a Sam Cooke, "Hitche Hike" imortalizada com Marvin Gaye. Música negra feita pelo rock branquelo, isto é para poucos, muito poucos.

"The under assistant west coast promotion man" da dupla, a gaita da entrada é de arrepiar.

É A MAIOR BANDA DE ROCK 'N' ROLL DOS ÚLTIMOS 40 ANOS.

Ano de lançamento: 1965

Ano de aquisição do LP: 1975

Ano de aquisição do CD: 03/1992

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

LP e CD Krig-ha, Bandolo - Raul Seixas



Como um Tarzan subnutrido, soltando seu grito de guerra, Raul Seixas aparece na capa do seu primeiro disco lançado com seu nome, a época era de ditadura braba, a censura imperava, tudo tinha de ser muito certinho, isto poderia valer para os outros, não para Raulzito, aparecer de peito aberto, torso nu e barba desengranhada também era uma maneira de contestar contra o sistema.

Polemista como só ele, uma virtude que o acompanhou durante toda sua vida, como um Glauber Rocha que com seus filmes desafiou o establishment cinematográfico e social, inovando e polemizando, Raul derrubou barreiras da sistemática métrica musical, sua "Ouro de Tolo" está em importância para a MPB, assim como "Deus e o Diabo na terra do Sol" está para o cinema brasileiro, quando do seu lançamento causou muita estranheza seus compassos dissonantes, a letra reproduzia as mazelas e desesperança de uma sociedade ceifada de sua liberdade e sem muito rumo pela frente, um contraponto ao estado "Pra Frente Brasil" que a ditadura queria impor a sociedade. Raul não dava a mínima e desafiava a censura e a ditadura. O Frisson causado pelo lançamento desta música só teve comparação anos depois com "Você não soube me amar" da Blitz, que desbravou o rock nacional nos anos 80.

Raul foi um dos maiores letristas deste país, foi com ele que as letras do rock brasileiro começaram a ter algum sentido, até então, salvo algumas exceções, a parte instrumental tinha mais importância do que as letras que as vezes eram incompreensíveis, este foi mais um do grande legado deixado por Raulzito, isto pode ser verificado neste álbum, em músicas como "Metamorfose Ambulante" que virou clássico do cancioneiro popular brasileiro, "As minas do Rei Salomão" e "Al Capone" que mostram toda a verve deste grande artista.

Quando queria, Raul sabia fazer ótimas baladas, sempre com arranjos belissímos, letras inteligentes e nada melosas, "A Hora do trem passar" é um exemplo, curta mas grandiosa. É deste disco uma das músicas mais irreverentes que se tem noticias, "Mosca na sopa" foi pouco compreendida na época, causou muita polêmica (lembrem-se que estavamos em pleno anos de chumbo), é simplesmente deliciosa, mesmo com meus quatorze anos, curtia muito esta música, não é a toa que Raul é eterno.

Ano de lançamento: 1973

Ano de aquisição LP: 1975

Ano de aquisição CD: 10/2002

domingo, 20 de setembro de 2009

Festival NO AR, COQUETEL MOLOTOV 2009 - Teatro Guararapes - 20/09/09


Calma gente, não, este não é um festival com bandas que façam apologia a Bin Laden, nem muito menos com grupos terroristas Iraquianos, nem estudantes irados, principalmente depois que a UNE foi calada e ficou quetinha com as subvenções federais (tudo por dinheiro). Em sua sexta edição, este festival prima por dar visibilidade a turma indie de Pernambuco, Brasil e além mar, principalmente França e Suécia, um festival que já se consolidou no calendário musical pernambucano.

Este ano no seu segundo dia uma pequena mudança de rumo e além dos indies, dois medalhões da MPB o que deu uma renovada no público, acostumados com um público mais jovem, neste segundo dia a turma jovem dividiu as poltronas com familias inteiras ávidas para relembrar seus áureos tempos.

Contando com uma grade bem ampla com shows gratuitos no palco do auditório Tabordas, onde a turma mais indie começou a tocar desde às 16:00h e a outra no palco do Teatro Guararapes com ingresso, teve início às 20:30h com a apresentação de Júnior Black (PE) em sua carreira solo, participante de grupos legais como o "Negroove" e "Apararelhagem" este que acompanha o ótimo Dj Dolores, em sua empreitada solo Jr Black aposta em um som mais balançado, cheio de groove que casa muito bem com sua poderosa e bonita voz, acompanhado de um time de músicos de primeira, fez uma apresentação bastante competente que agradou a ainda tímida plateia, mais uma expressão pernambucana a despontar.

"São Paulo Underground" a segunda atração, é um grupo de música instrumental da cidade que lhe empresta o nome, com músicos talentosos, principalmente o trompetista que fez ótimos solos, com um estilo meio loungue, meio acid jazz, apesar de ótimos instrumentistas, sua apresentação foi pra lá de morna, talvez pela pouca empatia com a plateia que na verdade estava mais afim de ver o clube da esquina, o teatro parecia mais um enorme bar, com muita gente mais colocando o assunto e ideias em dia do que realmente interessadas no som que vinha do palco, eles mereciam uma maior atenção.

A tão propalada invasão sueca foi representada neste dia pelo grupo "Loney, Dear" que por ser estrangeiro recebeu um pouco mais de atenção da já numerosa plateia, apesar das conversas ainda continuarem soltas, fico imaginando se o Lô e o Milton não fossem a atração principal, ia ter pouca gente na plateia. O "Loney, Dear" não disse muito a que veio, uma cópia um pouco piorada do excelente Belle & Sebastian, eles queriam ser o que o Belle é, só que não conseguem, algumas músicas são cópias fieis deles, apesar da sonoridade fácil, não empolgaram, apenas a alguns poucos que deviam achar que eles eram o Belle em pessoa.

Para fechar a noite a atração mais esperada, aí a plateia se comportou, pelo menos prestaram atenção e não conversaram tanto como antes. Uma pergunta, o que dois medalhões da MPB faziam em um festival dedicado a indies? Resposta, talvez para mostrar pra esta garotada que quem tem talento, quem é bom fica para sempre, e talento foi o que não faltou na apresentação, desfilando sucessos da época do Clube da esquina e de discos mais recentes, Lô Borges fez um show para agradar os fãs, apesar de intencionalmente ter dado uma nova roupagem aos velhos sucessos, o que causou uma certa estranheza na plateia e os mais eufóricos se contiveram no decorrer das músicas, apesar disto, Lô estava bem a vontade com seus novos arranjos e bastante feliz por estar se apresentando no festival. Mas o ponto alto da apresentação se deu com a entrada do magnifíco Milton Nascimento, recebido com uma verdadira ovação pela plateia e ele não decepcionou, conversou e cantou todos os seus sucessos, sozinho e depois acompanhado pelo Lô, é certo que a voz já não é mais a mesma, mas ainda encanta a todos e o conjunto de sua obra é realmente especial.

Um final de noite mágica, para deixar qualquer indie de queixo caído.

Filme Uma Prova de Amor - Nick Cassavetes


Domingão, programa com a familia, ir ao cinema, escolha do filme pelos filhos, por exclusão, o escolhido foi "Uma prova de amor", próxima sessão a ser iniciada em uma hora, correria para se aprontar, nenhuma informação sobre o filme, por costume dei uma olhada no diretor, Nick Cassavetes, pelo sobrenome se for parente do John Cassavetes um dos mais importantes diretores independentes norte americanos, responsável por filmes cultuados com forte tom psicológico, já é um bom caminho, as atrizes principais Cameron Diaz e Abigail Brestin (do ótimo Pequena Miss Sunshine), pode ser sinal de bons desempenhos, chegando em cima da hora estas eram as informações que tínhamos sobre o filme.

Já na narrativa do prólogo, a descrição da história de uma criança concebida por processo de reprodução assistida para a utilização dos seus genes para ajudar a irmã vítma de uma devastadora leucemia, esta narrativa sobre a ótica desta criança, mostrava que ali poderia se ter um filme diferenciado.

Falar de uma família bonita e feliz em que um de seus membros sofre de uma terrível doença, pode resvalar para um melodrama daqueles em que se é necessário uma caixa de lenços de papel para assisti-lo, não é o caso, o filme é também um melodrama com um certo exagero em algumas cenas, onde fica dificil conter aquela lágrima que escorre pelo canto do olho, mas apenas na medida necessária, só que o filme vai além e esconde por trás deste melodrama uma discussão sobre o respeito a vida das pessoas de uma forma lúdica, às vezes alegre, às vezes amarga. A descrição narrativa por cada um dos principais personagens da trama, mostra uma visão diversa do problema principal o que invariavelmente nos remete a uma reflexão e aí que o filme se mostra diferenciado, poderia ser mais profundo, poderia ser mais amargo, mas talvez a intenção do diretor não fosse esta, ele queria uma discussão entre vida e morte de uma maneira mais amena e conseguiu, este é um filme que vai lhe conquistando com o seu desenrolar com uma narrativa segura até o seu final, apesar de algumas situações apresentadas serem de cortar o coração.


Poderia ser um drama familiar comum, uma obra sensacionalista sobre os riscos éticos das novas tecnologias, ou até mesmo um singular filme de julgamento, quando a criança supostamente, solicita o direito de não mais ser usada em favor da irmã. Nick recusa esses caminhos e oferece, em troca, uma meditação sobre vida e morte, obstinação e renúncia. "Uma prova de amor" nos lembra que a qualidade de uma vida é mais importante que sua quantidade.

Ah, Cameron Diaz deixa de lado a sua beleza e de uma maneira bastante convicente mostra que ela não é só bonita, pode ser uma boa atriz. Outro ponto forte do filme é a direção de atores, todos estão muito bem, principalmente Sofia Vassilieva, a irmã doente, irrepreensível, Abigail mostra que chegou para ficar.

Apesar de não gostar muito de dramas, saí do cinema com a sensação de que assisti um daqueles filmes que valem a pena, principalmente por não esperar nada dele, serviu para uma boa reflexão.

Ao escrever este comentário, verifiquei o pedigree do Nick, filho de John e Gena Rowlands, ele não decepciona a herança deixada pelo pai, um excelente diretor deste tipo de filme, aliás, seria interessantíssimo ver esta história sendo dirigida por ele.

Filme LOKI - Paulo Henrique Fontenelle


A safra de documentários brasileiros tem ultimamente ganhado em quantidade e qualidade, depois dos ótimos "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei" e "Alô, Alô Terezinha", surge o excelente "Loki" sobre a vida de Arnaldo Batista, líder dos Mutantes, banda seminal do rock brasileiro.

Dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, que nos brinda com uma completa síntese de um dos mais brilhantes e esquecido musico deste país, chega a ser incomôda a verdadeira franqueza com que se trata assuntos pessoais do biografado, com declarações as vezes desconcertantes de tão verdadeiras, principalmente quando toca na ferida aberta com a tentativa de suicidio que quase afastou em definitivo da cena musical o criador de músicas essenciais para o rock brasuca.

Entremeados com depoimentos de artistas, produtores musicais, incluindo seu irmão e fundador do grupo Sérgio Dias (ausência extremamente notada foi da Rita Lee ex-parceira sentimental e musical) que descorrem sobre a importância de Arnaldo no contexto da criação da Tropicália, um dos mais importantes movimentos musicais surgidos nos anos 60, e consequentemente da música brasileira, registre-se a participação de Kurt Cobain (deve ter-se identificado) e do incrivelmente parecido com o pai, Sean Lennon, em altos e rasgados elogios.


Retratando de forma poética e comovente o auge do grupo, "Loki" toca nas feridas que surgiram na vida do artista, como as drogas a depressão e a tentativa de suicídio, mas sempre com um tom despretensioso, sem adotar o melodrama em sua linguagem simples e dinâmica.



Esse senso de humanidade de Arnaldo Batista é revelado em seus depoimentos e na pintura de suas telas (uma grande paixão do musico), convidando o espectador a uma jornada que intercala imagens e vídeos de apresentações, sobrepondo passado e presente.

Aprende-se muito sobre a vida e sobre Arnaldo, assistindo-se a este documentário, visto que após a tentativa de suicidio, praticamente ele foi esquecido pela grande mídia, é animador verificar como foi a sua luta para voltar a uma vida produtiva, principalmente quando se sabe das sequelas deixadas no seu cerébro, resultado da perserverança, dedicação e do amor de sua atual esposa que o acompanha desde o acidente, a vitória não é apenas do músico, mas também do homem, do ser humano, fica-se a certeza de que o cerébro do ser humano tem uma capacidade de regeneração inestimável, é só lutar e contribuir para tal.

Outra ferida mexida é a separação dos Mutantes, sempre nebulosa desta vez é passada a limpo pelo menos por parte do grupo, já que Rita não aparece, depoimentos esclarecedores são colocados por Arnaldo, mais uma vez com uma franqueza assustadora.

Outro ótimo aspecto do filme são as cenas das apresentações, rever e ver a alegria infantil com que ele se apresenta é comovente. O filme é comovente e vale a pena ser assistido mais de uma vez, a essencia do artista está toda lá, esta é a função de um documentário.

Não acompanhei a trajetória do grupo na época, era pequeno, tenho vaga lembrança deles ainda juntos com a Rita, me lembro um pouco mais quando lançaram seus discos mais progressivos, depois de um tempo descobri o quão excelentes eles eram e não consegui mais deixar de ouvi-los e conhecer mais sua história, tenho todos os LPs dos Mutantes e o "Loki" e "Sing alone" comprados na época, portanto foi um prazer enorme poder assistir a volta do Arnaldo e dos Mutantes em dois shows no Abril pro Rock aqui em Recife, o primeiro a cerca de quatro anos atrás, quando Arnaldo fez uma participação em um show do Lobão, era inacreditável a alegria com que ele se apresentou, ainda muito tímido e um pouco preso as amarras do passado, no outro show, há dois anos atrás, aí já na volta dos Mutantes, agora muito mais solto, a música novamente dando sentido e alegria a sua vida. O show foi um espetáculo inesquecível, mas aí é uma outra história.

sábado, 19 de setembro de 2009

DVD "Os Vigaristas"

É com muita alegria que eu aceito o convite do Robson, meu amigo (e irmão) de tantos anos, e venho aqui trazer a minha pequena contribuição para esse blog do qual eu fui e sou grande incentivador. Conhecedor que sou do talento e da paixão dele pela música, pelo cinema e pela cultura de uma forma geral, eu fico feliz de ver o seu conhecimento e as suas impressões serem compartilhados de maneira tão rica e generosa, e tenho a firme convicção de esse blog estará se configurando, rapidamente, num ponto de encontro e espaço de referência para quem tem afinidade com os mesmos assuntos.

Para estrear, eu gostaria de escrever sobre um filme que eu assisti recentemente, apesar de lançado no Brasil em 2003. "Os Vigaristas" ("Matchstick Men") não é uma daquelas obras que se vê todo dia, uma atrás da outra, sem deixar rastros. É uma experiência no sentido mais profundo da palavra, porque cativa e instiga o coração e a mente por dias e semanas depois de assistido.

Estrelado por Nicolas Cage e produzido e dirigido por Ridley Scott ("Blade Runner"), o filme é, acima de tudo, uma convergência muito bem-sucedida dos vários elementos que às vezes aparecem, com algum destaque, em um ou outro filme.

Pode-se, por exemplo, citar a extraordinária interpretação do Mr. Cage. Nunca fui especialmente fã das suas atuações, mas o papel do vigarista cheio de tiques nervosos, capaz de roubar velhinhas e viúvas, e que nos arrasta, de forma tão inocente quanto ele próprio, no papel de vítima, tornando-nos solidários com o seu sofrimento, é absolutamente convicente e sensacional.

A trilha sonora, por outro lado, é moderna, de extremo bom gosto, e pontua o filme com perfeição. Sem dúvida ela pode e deve apreciada como um elemento independente, pois tem todos os méritos para isso. Não bastasse tudo isso, o enredo encerra um universo de emoções, entre comédia, violência, suspense e ação, numa trama intricada que culmina numa grande e surpreendente lição de vida: as piores e mais trágicas experiências pessoais podem, afinal de contas, trazer grandes aprendizados e novas perspectivas para quem estiver disposto a seguir em frente.

Também me chamou a atenção o ritmo, aquela coisa tão vital numa produção cinematográfica, mas que nem sempre está presente ou vem dosada no tamanho certo. Ritmo e música são, definitivamente, os elementos fundamentais dessa obra, muito bem construídos e administrados.

Mas, como se sabe, não são apenas os bons ingredientes que garantem o sucesso da receita. Existe a mágica daquele que faz a mistura, daquele que sabe dosar os elementos e faz o todo soar como muito mais do que a simples soma das suas componentes. Ridley Scott é o maestro dessa orquestra, e por isso tem todo o mérito do resultado.

Descoberto numa liquidação de DVDs no Hiper Bompreço, e adquirido mais pela curiosidade do que por qualquer recomendação ou informação prévia, o filme provoca, instiga e convida à reflexão, proporcionando uma experiência de grande impacto alcançada, na maioria das vezes, apenas pelos grandes clássicos, na maioria europeus.

Para mais informações, acesse o site do filme no portal da Warner.

P.S. Não sou tão organizado quanto o Robson, não tenho um "sistema" para saber quando adquiri cada CD ou DVD. Mas esse foi adquirido em 2009, e disso não vou esquecer.

Postado por Marcus Vinicius Midena Ramos

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

THE BEATLES - REMASTERIZAÇÃO - A POLÊMICA


"Deixe que digam, que pensem, que falem", os versos deste que hoje é considerado o primeiro RAP feito no Brasil, na voz do excepcional Jair Rodrigues que além de nos brindar com sua veia artística, ainda colocou no mundo o colírio da Luciana Melo, devem estar sendo levados a risca pelos executivos da gravadora EMI, afundada em baixíssimas vendas, a combalida indústria fonográfica tenta seu último suspiro de resistência e se agarra naqueles que sempre foram os campeões de vendas. O mote é o de sempre, a remasterização dos clássicos álbuns, com o avanço da tecnologia digital, a qualidade do áudio é sempre superada e ficou espetacular o que motiva uma nova remasterização o que para os beatlemaníacos se torna irresistível.

Beatles é sempre Beatles, o fascínio exercido por eles impressiona até hoje, o filme é sempre o mesmo, há os que se entregam logo na primeira audição e passam a amá-los e aqueles que no início os odeiam, torcem o nariz para sua música, com o passar do tempo começam a rever os conceitos e passam a admirá-los. A sua importância para a música universal é inquestionável, tudo o que foi feito em termos musicais após sua aparição, foi inspirado nos seus acordes, por isso sem Beatles a música seria muito chata.
Este relançamento é sempre bem vindo, independentemente de serem caça níqueis ou não, ser apenas interesse dos executivos da gravadora. Os Beatlesmaníacos estão adorando, para os contrários que estão esbravejando, eles devem estar dizendo "Deixem que digam, que pensem, que falem"...

NOVO COLABORADOR

O BLOG a partir de hoje, contará com a colaboração do amigo-irmão, Marcus Vinícius, o maior incentivador para a criação deste blog, agora, reverto a insistência para que ele coloque suas sempre inteligentes opiniões, não terá nenhuma dificuldade para expressá-las, tendo em vista a fluência com que discorre sobre suas aventuras e desventuras de um paulista atualmente morando em Petrolina, aprazível cidade a beira do Rio São Francisco, localizada no alto sertão Pernambucano, no seu blog "umpaulistaempetrolina.blogspot.com".

Marcus, além de engenheiro de computação, professor e escritor é nas horas vagas um excelente fotográfo e um devorador voraz e cotumaz de filmes em DVD, como também é de cds. Sua função aqui será discorrer suas opiniões sobre filmes e cds, como diria Lulu, "um auxilio luxuoso", seja bem vindo, todos vamos adorar.

domingo, 13 de setembro de 2009

LP Snegs - Som Nosso de Cada Dia

Versão Brazuca do então popular Rock Progressivo, este disco se pauta na qualidade de seus integrantes, liderado pelo já experiente Manito no sintetizador, oriundo da banda de Jovem Guarda "Os Incríveis", que junto a Pedrinho no vocal e bateria e Pedrão no baixo desenvolveram um som que não deixava nada a desejar aos grandes nomes do rock progressivo mundial (Yes, ELP...).

Em cima de uma base de incrível balanço e energia, formada pelo órgão, baixo e bateria, foram executadas orquestrações de sintetizadores, viola, sax e flauta, em arranjos que vão de rock pesados até verdadeiras sinfonias espaciais como é o caso de "Direccion de Aquarius".


O disco inicia com a música "Sinal da Paranóia" um rock todo calcado no sintetizador endiabrado de Manito, rock progressivo com toques psicodélicos, segue com a ótima "Bicho do Mato" onde seus integrantes mais uma vez demonstram o verdadeiro domínio que tinham sobre seus instrumentos. Outros destaques são "Massavilha" e "A outra face" arranjos bem colocados e um som viajadão como deveria ser.


Disco que se tornou histórico por desbravar caminhos até então restritos ao gringos que era o rock progressivo, sem ficar atrás, um porém apenas em relação as letras das músicas, deficiência de quase a totalidade dos grupos de rock nacional da época que começaria a ser mudada com a aparição do eterno Raul Seixas que colocaria sentido, poesia e rima nos seus versos.


Como curiosidade, temos o fato da banda ter aberto o show do mestre Alice Cooper no Maracanãzinho.


Como o Brasil vivia sob um forte clima de repressão imposto pelo regime militar, a banda enfrentou sérios problemas com a censura, sofrendo patrulhamento ideológico, sendo freqüente a presença da polícia federal em seus ensaios e shows, uma vez que eram considerados um grupo de postura contestatória e subversiva."

Ano de lançamento:1974

Ano de aquisição: 1975

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

FESTIVAL MIMO - Quarteto Radamés Gnattali - 07/09/09


Na verdade era pra assistir ao espetáculo de encerramento do festival MIMO no dia 07, com o multiinstrumentista e gênio Hermeto Pascoal, mas, infelizmente diante da maneira desrespeitosa que a produção do festival tratou os espectadores, não consegui assistir, explico, a entrada para assistir aos espetáculos do festival são gratuitas (bastante louvável), mediante distribuição de senhas horas antes dos espetáculos e aí é onde está o problema, um pouquinho mais de organização e uma disponibilização maior de senhas para quem realmente quer assistir aos espetáculos seria providencial, evitaria transtornos e a degradante espera nas filas que se formam todos os dias do festival, a produção disponibiliza muitas senhas para "otoridades" que quase nunca vão, pois estão pouco se lixando com cultura, principalmente música de qualidade, resultado, apesar de sobrarem espectadores sem ingressos nas intermináveis filas, na hora de começar o espetáculo, a igreja nem sempre está lotada e os verdadeiros aficcionados em música tem que passar por outro constrangimento de enfrentar nova fila para tentar assistir ao espetáculo, nada mais degradante. A produção merece todo o aplauso por organizar um festival deste porte e qualidade, Recife e Olinda necessitam disto, sua curadoria é irrepreensível e irretocável, em que outro festival do mundo pudemos assistir gente do nível de um Nelson Freire, Antonio Menezes, Isaac Karabtchevsky, Eumir Deodato e outros tudo de graça, eles só tem a obrigação de repensar a questão de distribuição de senhas para que se evite a degradante e desmoralizante espera em filas interminaveis sem se ter sucesso.

Apesar de não conseguir ingresso para o Quarteto Radamés Gnattali (quando cheguei na fila já tinham se esgotado), assisti tranquilamente quase no meio da Igreja de São Pedro, prova de que as "otoridades" mais uma vez nem apareceram por lá (se fosse "Brasas do Forró" poderia ter lotado de "otoridades" e esposas mal amadas).

Com um programa baseado em dois compositores brasileiros, Villa Lobos e Cláudio Santoro, o Quarteto surpreendeu pela desenvoltura e segurança na apresentação, combinando dinamismo com versatilidade principalmente quando tocou as peças do "Guia prático" de Heitor Villa lobos. Seus integrantes, Carla Rincón, violino; Vinicius Amaral, violino; Fernando Thebaldi, viola e Paulo Santoro, violoncelo, demonstraram técnica impecável e total integração entre eles, transformando suas interpretações no belo espetáculo para os ouvidos.

Apesar do desgaste do dia, um espetáculo de excelente música para compensar.

FESTIVAL MIMO - Gonzalo Rubalcaba - 06/09/09

A apresentação do trio formado pelo pianista cubano Gonzalo Rubalcaba, o cantor belga David Linx e o pandeirista carioca Sérgio Krakowski, fechou a noite do dia 06 do festival MIMO na belíssima Igeja da Sé, localizada no Alto da Sé, lugar aprazível da parte antiga de Olinda.

Este inusitado e multicultural trio, formado por piano, voz e pandeiro, com artistas de países distintos gerou expectativas que infelizmente acabou não se confirmando, donde concluí-se que apenas o encontro de virtuosis, seja sinal de bons resultados. Uma pena, pois perdemos a oportunidade de desfrutar a apresentação deste excelente pianista que é Rubalcaba, talvez preso ao repertório apresentado, ele ficou muito contido sem conseguir a fluência necessária para se soltar nas teclas do piano, conseguindo apenas nas duas músicas solo que fez mostrar toda a sua competência como pianista, já o cantor David Linx com sua bela voz, estava visivelmente emocionado e radiante por estar tocando pela primeira vez no Brasil, cuja música ele disse adorar, um pouco mais solto que Gonzalo, fez alguns "vocalises" em duo com o piano e com o pandeiro que demonstraram sua qualidade musical, se saiu bem quando cantou a música "Rosa" num português bastante compreensível e quase sem sotaque, conquistou a plateia neste momento se mostrando bastante emocionado.

Quanto ao pandeiro de Sérgio Krakowski ficou meio deslocado na apresentação, deixando a impressão de que sua participação era desnecessária, não acrescentou muito as músicas apresentadas, se destacando um pouco apenas no final quando tocaram Egberto Gismonti, talvez estivesse ali por ser brasileiro, não que seja um má músico, apenas não acrescentou muito a apresentação.

Apesar de a química entre os integrantes do trio não ter dado reações mais que positivas, foi um espetáculo que valeu a pena ser assistido.

FESTIVAL MIMO - Joana Boechat - 06/09/09



Pela sexta vez consecutiva, a MIMO - Mostra Internacional de Música em Olinda promove a confluência da mais apurada música instrumental popular e erudita com a arte barroca das igrejas de Olinda. Festival que movimentou a cidade Patrimônio Histórico Mundial, apresentando música com qualidade acima da média.

Joana Boechat é uma jovem pianista de 24 anos, mineira de BH e que mostrou muita segurança na sua apresentação, tocou com desenvoltura do clássico romântico ao contemporâneo, bastante didática na apresentação das músicas, talvez decorrente do seu bacharelato em piano pela UFMG.

O recital iniciou com uma peça de Domenico Scarlatti, compositor italiano da era barroca, seguida de um compositor da era romântica, J. Brahms, onde ela demonstrou um delicadeza na interpretação apropriada para as peças, de Debussy ela tocou uma belíssima peça do compositor impressionista Francês.
O repertório apresentado por Joana foi um passeio pelas diversas fases da composição pianistica, da era mais antiga até a contemporânea que foi quando ela demonstrou mais segurança, destacando as peças dos compositores Brasileiros. Ela começou tocando uma peça de Ronaldo Miranda, compositor carioca que sempre compôs música de alta qualidade, as composições contemporâneas são sempre dificeis de digerir para espectadores não iniciados, causando estranheza a sua audição e não deu outra, depois desta peça, muito bem executada, quase 40% da plateia que lotava o Convento de São Francisco saiu, mas Joana não desanimou e ainda apresentou peças de Camargo Guarnieri e do Argentino A. Ginastera, para o bis veio com uma ciranda de H. Villa-Lobos.

Um talento promissor que surge no cenário erudito nacional.