domingo, 20 de setembro de 2009

Festival NO AR, COQUETEL MOLOTOV 2009 - Teatro Guararapes - 20/09/09


Calma gente, não, este não é um festival com bandas que façam apologia a Bin Laden, nem muito menos com grupos terroristas Iraquianos, nem estudantes irados, principalmente depois que a UNE foi calada e ficou quetinha com as subvenções federais (tudo por dinheiro). Em sua sexta edição, este festival prima por dar visibilidade a turma indie de Pernambuco, Brasil e além mar, principalmente França e Suécia, um festival que já se consolidou no calendário musical pernambucano.

Este ano no seu segundo dia uma pequena mudança de rumo e além dos indies, dois medalhões da MPB o que deu uma renovada no público, acostumados com um público mais jovem, neste segundo dia a turma jovem dividiu as poltronas com familias inteiras ávidas para relembrar seus áureos tempos.

Contando com uma grade bem ampla com shows gratuitos no palco do auditório Tabordas, onde a turma mais indie começou a tocar desde às 16:00h e a outra no palco do Teatro Guararapes com ingresso, teve início às 20:30h com a apresentação de Júnior Black (PE) em sua carreira solo, participante de grupos legais como o "Negroove" e "Apararelhagem" este que acompanha o ótimo Dj Dolores, em sua empreitada solo Jr Black aposta em um som mais balançado, cheio de groove que casa muito bem com sua poderosa e bonita voz, acompanhado de um time de músicos de primeira, fez uma apresentação bastante competente que agradou a ainda tímida plateia, mais uma expressão pernambucana a despontar.

"São Paulo Underground" a segunda atração, é um grupo de música instrumental da cidade que lhe empresta o nome, com músicos talentosos, principalmente o trompetista que fez ótimos solos, com um estilo meio loungue, meio acid jazz, apesar de ótimos instrumentistas, sua apresentação foi pra lá de morna, talvez pela pouca empatia com a plateia que na verdade estava mais afim de ver o clube da esquina, o teatro parecia mais um enorme bar, com muita gente mais colocando o assunto e ideias em dia do que realmente interessadas no som que vinha do palco, eles mereciam uma maior atenção.

A tão propalada invasão sueca foi representada neste dia pelo grupo "Loney, Dear" que por ser estrangeiro recebeu um pouco mais de atenção da já numerosa plateia, apesar das conversas ainda continuarem soltas, fico imaginando se o Lô e o Milton não fossem a atração principal, ia ter pouca gente na plateia. O "Loney, Dear" não disse muito a que veio, uma cópia um pouco piorada do excelente Belle & Sebastian, eles queriam ser o que o Belle é, só que não conseguem, algumas músicas são cópias fieis deles, apesar da sonoridade fácil, não empolgaram, apenas a alguns poucos que deviam achar que eles eram o Belle em pessoa.

Para fechar a noite a atração mais esperada, aí a plateia se comportou, pelo menos prestaram atenção e não conversaram tanto como antes. Uma pergunta, o que dois medalhões da MPB faziam em um festival dedicado a indies? Resposta, talvez para mostrar pra esta garotada que quem tem talento, quem é bom fica para sempre, e talento foi o que não faltou na apresentação, desfilando sucessos da época do Clube da esquina e de discos mais recentes, Lô Borges fez um show para agradar os fãs, apesar de intencionalmente ter dado uma nova roupagem aos velhos sucessos, o que causou uma certa estranheza na plateia e os mais eufóricos se contiveram no decorrer das músicas, apesar disto, Lô estava bem a vontade com seus novos arranjos e bastante feliz por estar se apresentando no festival. Mas o ponto alto da apresentação se deu com a entrada do magnifíco Milton Nascimento, recebido com uma verdadira ovação pela plateia e ele não decepcionou, conversou e cantou todos os seus sucessos, sozinho e depois acompanhado pelo Lô, é certo que a voz já não é mais a mesma, mas ainda encanta a todos e o conjunto de sua obra é realmente especial.

Um final de noite mágica, para deixar qualquer indie de queixo caído.

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