segunda-feira, 31 de agosto de 2009

LP e CD Close to the Edge - Yes


O som languido e tranquilizante do início pode fazer crer que este seria mais um daqueles discos xaropes típicos para relaxamento, na verdade esconde-se atrás deste inicio uma montanha sonora de uma qualidade excepcional difícil de ser suplantada, como não o foi até hoje.

"Close to the Edge" é um daqueles discos que foi feito para ficar na história, longe e disparado o melhor do intitulado rock progressivo, mas que também pode figurar em qualquer lista de melhores de qualquer rótulo musical, este foi o grande disco do YES, a evolução musical de um grupo que contabilizou uma mudança positiva com a entrada do multi tecladista Rick Wakeman, já sentida no trabalho anterior "Fragile" que com seu sucesso deu a liberdade necessária para que Jon Anderson, ajudado pelo restante do grupo, colocasse sua imaginação e criatividade a favor da excelência musical.

O disco é dividido em três faixas, todas extensas, uma das características do grupo, subdivididas em movimentos, a primeira é a faixa título e é aí que encontamos o melhor do disco, a integração dos musicos é total, destacando-se a guitarra de Howe, a bateria de Bruford e principalmente Wakeman que como um mago enfeitiça a todos com o som do seu teclado, adicione-se a isso a peculiar e linda voz de Anderson o que torna impossível de esquecermos ele a soltando em "I Get up I Get down" duelando com os teclados, maravilhoso.

A viagem musical continua com "And you and I", também dividida em quatro movimentos, uma verdadeira "sinfonia pop", com movimentos alegro e lento, este, num duelo fantástico entre o violão e o teclado servindo de fundo para emoldurar a bela voz de Anderson, pop na medida certa.

Para fechar o disco "Siberian Khatru", rock progressivo na concepção da palavra, ritmo acelerado, onde mais uma vez funciona a integração entre os músicos, uma sonoridade que encanta os ouvidos, tudo na mais perfeita ordem sonora.

Este disco entrou para a história do rock progressivo — um estilo que levou o gênero ao paroxismo da perfeição formal em matéria de criatividade, textura sonora, harmonias, complexidade, concepção temática e, principalmente arranjo musical.

Um disco que sobreviveu ao passar do tempo, não ficou datado, continua fascinante e atual nos dias de hoje, esta é uma das características das obras primas.

Infelizmente sua versão para CD não trouxe nenhuma novidade, para a importância deste disco merecia um lançamento mais apurado.

Ano de lançamento: 1972

Ano de aquisição LP: 1975

Ano de aquisição CD: 07/1991


Nota: Este talvez tenha sido o LP que eu mais tenha escutado, já conhecia o disco através de um primo, Silvio, e fiquei simplesmente fascinado, mas não conseguia encontrá-lo nas lojas, esperei o seu relançamento para comprá-lo e não parava de escutar, quase que a agulha furava o disco, grande música, grandes recordações.

2 comentários:

  1. Robson, grande resenha sobre um grande disco. Este foi um dos primeiros trabalhos de rock progressivo que eu conheci. Consegui o disco em um mercado de pugas aqui de Brasília, mas o disco estava muito arranhado, o que atrapalhava muito a audição. Só depois de comprá-lo em cd é que fui compreender plenamente a riqueza da música do Yes.
    Grande abraço.

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  2. Valeu Luís, um elogio deste partindo de você que escreve tão bem, só me encoraja a continuar escrevendo.
    Este disco foi tão marcante, que vez ou outra ele surge do nada na minha memória.
    Abraços

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