domingo, 31 de maio de 2009

V VIRTUOSI - Celebra Marlos Nobre


Não deixa de ser um privilégio poder estar presente na comemoração de 70 anos do grande compositor Pernambucano Marlos Nobre, acontecida ontem (30/05/09) no Teatro de Santa Isabel, em meio ao 5º Festival Virtuosi Brasil, onde em três dias somente com composições do Maestro celebraram também os 50 anos de carreira, infelizmente por compromissos fora do Estado só pude ir ontem ao teatro, mas valeu a pena, a noite começou com a peça "O Canto multiplicado para voz e orquestra" Op.38a, sobre texto de Carlos Drumond de Andrade com a soprano Angela Barra e a Orquestra Jovem de Pernambuco regida pelo maestro Rafael Garcia, uma peça muito difícil principalmente para a soprano que no último movimento titubeou um pouco e quase não segura a onda, a orquestra é competente, mas por se tratar de uma orquestra formada por jovens, nesta peça de grande complexidade as vezes saiu um pouco fora do compasso exigindo muito do maestro, mas tem melhorado visivelmente a cada apresentação e tem um potencial muito grande pela frente. A segunda peça apresentada foi com o maestro Marlos Nobre ao piano, a "Concertino para piano e cordas" op. 1 (1959), que segundo o maestro ele considera oficialmente como a primeira composição dele, o que ele compôs antes desta, ele jogou tudo fora, para desespero da sua mãe, nada como o próprio autor para interpretar sua própria composição, o maestro é um pianista de primeiríssima categoria, uma peça com três movimentos, sendo o último um "choro" muito bonito e se você pensar que ela foi escrita quando ele tinha apenas 20 anos, dá para entender porque ele é considerado um dos melhores, a orquestra jovem conseguiu acompanhar muito bem, um belo momento.

Depois do intervalo, tivemos a primeira audição mundial da peça "Poema Illa para violoncelo e cordas" op.94 nº3a, com o celista Claudio Jaffé, numa interpretação magnífica, digam se não é um privilégio assistir a uma primeira audição mundial com um interprete deste porte? uma peça com bastantes nuances, digna do Marlos Nobre, depois da ovação, um bis do Claudio Jaffé que mostrou toda sua competência como violoncelista.

A última peça da noite foi encomendada pela Sala Cecília Meireles para sua reabertura no ano de 1989, escrita em cima de poemas da escritora, "Concertante do imaginário para piano e cordas" op.74, interpretada ao piano pelo autor, uma peça bastante lírica que diferencia da maioria das composições do grande maestro, sem muita complexidade e de uma beleza encantadora, para mim que acompanho a carreira do maestro foi uma surpresa gratificante, ao final, no bis um frevo solo ao piano, para deliciar a todos, e como não poderia deixar de ser a plateia em uníssono cantou o parabéns ao maestro, uma noite a altura dele e um grande privilégio para nós.

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