sábado, 30 de maio de 2009

SHOW - McFLY


Obrigação de pai.
Minha filha Isadora que tem 13 anos, insistiu muito e terminou me convencendo, Heitor meu outro filho foi a reboque, minha esposa Alexana, inventou que tinha que estudar e se livrou desta, com os ingressos comprados antecipadamente, lá fomos nós em pleno domingo 24/05/09 para o Chevrolet Hall onde seria o show, fomos com um casal amigo e suas filhas, Isadora não conseguia esconder a ansiedade, afinal era o primeiro show de um artista internacional que ela iria assistir e que pra minha surpresa ela gostava muito, apesar de eu não ter a menor ideia de quem eles fossem.
Chegando ao Chevrolet Hall, já perto das 17:00h, percebi que aqui em Recife existia muita "very important people" pois a fila para o "camarote vip" estava dando voltas, até então achava que o show estava marcado para as 17:00h, mas vi que este horário era para a abertura dos portões, já fiquei preocupado. Evidentemente que por se tratar de um ingresso para o camarote VIP, imaginava que poderia assistir (ou dormir) ao show tranquilamente sentado em uma cadeira, ledo engano, depois de enfrentar alguns minutos na fila (?) dos VIPS e ao adentrar no recinto, a preocupação aumentou, o tal do camarote VIP, era apenas o local próximo ao palco e vi que teria que assistir ao show em pé (lá se foi meu soninho), foi quando percebi que este negócio de camarote VIP era uma jogada da produção para fugir da meia entrada, que não existia para os VIPs, afinal eramos todos VIPS, a meia entrada era para o setor de pista que ficava logo atrás do nosso, talvez numa posição até melhor, vi que a plateia era composta em sua maioria de pré adolescentes, e assim como eu, alguns pais, a maioria com suas protuberantes barrigas se espremiam entre os adolescentes, e as meninas gritavam e como gritavam, era só aparecer nos telões as fotos do tal do McFLY que tome grito, a minha preocupação estava indo as alturas. Instalados, muito confortavelmente em pé, nós, o grupo, nos colocamos mais ou menos próximos ao palco, apesar do adiantado da hora, o público não era muito grande, a histeria sim, e tome esperar pelo show e nada, aí percebi mais outra jogada da produção, como nos ingressos eles só falavam na hora da abertura dos portões, o show ficou sem horário para começar e haja espera e nada de começar, nos telões, os vídeos se repetiam interminavelmente, NXZero (argh!), Jota Quest (argh!argh!), Charlie Brown Jr (aaaaaarrrghhhhhh!!), meu ouvido já não aguentava mais e tome grito das meninas e o tempo passando e nada do show, Heitor já estava se arretando, já estava pedindo pra ir embora, e tome grito das meninas, do meu lado um casal de adolescentes, alheios a tudo só faziam se beijar, eram fortes candidatos ao Guinness Book, eu não sei como conseguiam respirar, devem ter aprendido a técnica com o Kenny G.
O sono já estava começando a apertar, os pés já doiam há muito tempo, estava em pé desde a hora que cheguei, e os ouvidos já não ouviam mais nada por causa dos incessantes gritos, foi quando, como bons Britânicos, pontualmente às 19:30h, nem um minuto a mais nem um minuto a menos, eles apareceram, só esqueceram de avisar a eles que o show era de 17:00h, mas a culpa mais uma vez era da produção, vão marca show de ingleses na hora do chá das cinco?.
Como estava dizendo, pontualmente os cinco rapazes do McFLY adentraram o palco, e meus amigos, eu achava que os gritos antes eram altos, vi que era feliz e não sabia, tome grito, mas tome grito mesmo, acho que cada menina daquela colocou um megafone na garganta para ir para o show, enquanto isso, aquele casal, pois é, continuavam a se beijar, alheios aos gritos.
Aqueles rapazes a correr de um lado pro outro do palco faziam com que as meninas delirassem e gritassem e gritassem e gritassem e além de tudo, tive por várias vezes que suspender Isadora para ela ver melhor, o que reforçou o meu muck, no outro dia ele tava dolorido, um dos integrantes devia ser irmão mais novo do Hugh Grant era a cara dele e o tecladista devia ser filho (neto?) do Charlie Watts, também era a cara dele e tinha o mesmo ar blasé do avô, tipo "meninas podem gritar que eu num tô nem aí, quero mesmo é terminar logo para ir tocar meu jazz", quando terminou o show os meus ouvidos eram um zumbido só, mas para completar, na hora do bis, uma garota, sem dó nem piedade, vendo o final do show se aproximando, chegou bem próximo ao meu ouvido e soltou um grito amplificado que doeu do ouvido ao dedão do pé, que pulmão, que vitalidade e aí finalmente o show acabou.
Ah, a música, é......, bem deixa pra lá, era muita gritaria mesmo.
Na saída do show, estava precisando de um médico de ouvido, um de coluna e outro de varizes, doía tudo, mas ver a satisfação estampada no rosto de Isadora, não tem preço, o ingresso agente compra com Mastercard.

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