sábado, 17 de outubro de 2009

LP The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the round table - Rick Wakeman


Todo artista em início de carreira (neste caso, a carreira solo) tem a síndrome do segundo disco, que é o teste para saber se o mesmo consegue seguir adiante, ou vira artista de um disco só. Quando o artista ultrapassa esta fase apresentando um disco sensacional, as cobranças em vez de diminuir, aumentam, a crítica é implacável.

Isto foi o que aconteceu com Rick Wakeman que passou com louvor, no teste do segundo disco com o excepcional "Journey to the centre of the Earth" que se tornou um marco no genêro rock progressivo, o que poderia se tornar um alívio (um ótimo segundo disco), acabou trazendo mais expectativas para o terceiro disco e foi, na época, este clima de cobrança e alta expectativa que rondou o lançamento desta, vamos dizer, ópera rock progressiva do mago dos teclados.

Depois do estrondoso sucesso de seu disco anterior, Rick Wakeman obteve toda liberdade e altos orçamentos para seu novo trabalho. A experiência de contar uma história épica foi retomada, desta vez com a lenda do Rei Arthur, o conceito musical foi seguido na mesma linha do anterior, grandiloquência, orquestras e coros, uma banda de rock de suporte e vocais, desta vez masculino e feminino, apesar de não se encontrar a mesma inspiração do anterior, o disco não decpciona, Wakeman vai construindo as músicas com muita qualidade, balanceando com muita precisão a entrada da orquestra com o som da banda e seus teclados, o que resulta num som que agrada a todos.

A opção pela continuidade do conceito musical anterior poderia descambar para a mesmice, o que não acontece aqui, para musicar a lenda do Rei Arthur era necessário esta ambiência, não se pode imaginar falar de reis e idade média apenas com rock, era necessário uma grande orquestra, os destaques do disco são a bela "Guinevere" e a mais bonita e conhecida do disco "Merlin The Magican", toda calcada no virtuosismo dos inúmeros teclados de Wakeman, uma balada de uma sonoridade exuberante, ela sempre foi pedida e tocada em seus shows.

Com este disco Rick Wakeman se consolida em sua carreira solo, apesar dos altos e baixos, entradas e saídas no grupo YES, mas ele passou bem pelo teste do segundo e terceiro disco, daí em diante, bem.......

A qualidade gráfica do LP é um destaque a parte, mesmo na edição nacional, muito bem cuidado, com capa dupla e um encarte belíssimo com gravuras que indicavam as letras das músicas, neste quesito, foi nota dez. Agora, o porque da excalibur estar dentro de uma bigorna e não de uma pedra, como reza a lenda, nunca foi explicada.


Ano de lançamento: 1975
Ano de aquisição: 1975

Nota: Um fato curioso em relação ao lançamento deste disco, pode bem ilustrar os efeitos da globalização nos dias de hoje. Os leitores mais atentos deste blog, vão se lembrar de um post (Suzi Quatro) que falei sobre uma loja de discos, onde ia nas tardes de sábado ver lançamentos e trocar ideias com outras pessoas, pois bem, me lembro, isto há mais de trinta anos, que o assunto era o lançamento deste LP e se discutia como seria a capa do disco, como as informações chegavam ao Brasil sempre com atraso e em Recife com um atraso maior, ficavamos tentando adivinhar como seria a capa e o projeto gráfico tão falado do disco, isto terminava criando uma agradável ansiedade e expectativa que nos acompanhava até o seu lançamento.

Hoje, com a globalização não se vê mais esta expectativa, aliás não se vê mais nem as capas dos discos, ficou tudo muito rápido, sem emoção, sem discussão, tudo muito banal, o que pode descambar para a banalização do banal.

Um comentário:

  1. O fato da espada está numa bigorna é pq Rick tbm é um gde rockeiro. E nada melhor do que um objeto pesado para simbolizar. Ele mostra leveza e peso com seus teclados.

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