domingo, 14 de junho de 2009

LP - Mind Games - John Lennon

Considerado o melhor dos quatro rapazes de Liverpool, claro que há controvérsias, John Lennon teve uma produção artística pós Beatles muito irregular, sempre alternando composições magníficas (a maioria) com composições medianas e algumas inexpressivas (poucas), é certo que o fantasma de Yoko sempre onipresente, até nas capas dos discos, fez com que sua música tomasse outros rumos que não o encontrado na época dos Beatles, o que por um aspecto pode ser considerado um fator positivo, pois ampliou as possibilidades de um evolução artística.

Em novembro de 1973, John Lennon lançava "Mind Games", seu quarto LP após o fim dos Beatles; e o primeiro produzido inteiramente por ele mesmo. Na época, este álbum teve um sucesso relativamente bom, ficando em nono lugar entre os mais vendidos durante três semanas nos Estados Unidos, segundo a Billboard. Na Inglaterra, o álbum mal conseguiu ficar na décima nona posição por uma semana, sucesso comercial de lado, Mind Games consegue ser um de seus álbuns mais reflexivos, porém sem a amargura e tormento ou excessiva neurose revolucionária demonstrados em discos anteriores. Encontra-se aqui rocks filosóficos, composições acústicas e baladas românticas, ao mesmo tempo em que se oferece letras interessantes, sempre associados ao amor e ideologias pacifistas. O tema central é essencialmente a conscientização da sociedade da necessidade de homens e mulheres dividirem igualmente as responsabilidades do mundo e de suas vidas, em harmonia.

Os destaques do disco são a excelente faixa título, a música "Tight A$" e o libelo "Nutopian Internacional Anthem", Nutopiam (Nutopia) é um país conceitual. Em meio a sua luta com a Imigração para permanecer nos Estados Unidos, John Lennon, ao lado de sua esposa Yoko Ono, e seu advogado Leon Wildes, deu, no dia primeiro de abril de 1973, a seguinte declaração a Associação dos Advogados de Nova York: "Nós anunciamos o nascimento de nosso país conceitual Nutopia. Cidadania para o país pode ser conseguido através de uma declaração de reconhecimento à existência de Nutopia. Nutopia não tem terras, fronteiras, passaportes; somente pessoas."

Poucos artistas foram tão engajados políticamente, principalmente em causas pacifistas quanto John e Yoko, sua morte foi uma perda lamentável tanto para a música quanto para estas causas, com a autoridade de um artista de renome mundial, hoje teria um papel importantíssimo no sentido de não deixar que esta letargia que assola as cabeças pensantes do mundo, cada vez mais aumente de proporção.

Ano de lançamento: 1973

Ano de aquisição: 1974

Nota: Este LP é mais um que herdei do meu irmão, ele comprou poucos discos, agora vejo que ele até tinha um bom gosto musical.

Um dos fatos que me lembro com uma clareza total, foi quando vi a notícia da morte de John Lennon, naquele fatídico 08 de dezembro de 1980, quando ao chegar em casa do trabalho na hora do almoço e assim que liguei a televisão, Léo Batista no programa Esporte Espetacular confirmou a notícia que John Lennon tinha sido assassinado, eu que era um admirador inconteste dele, não acreditava no que via, nesta época para mim haviam três grandes artistas, John Lennon, Bob Dylan e Chico Buarque e aquela notícia recebida de uma maneira tão inesperada em um programa esportivo foi demais para mim e não consegui conter as lágrimas, foi a primeira e única vez que chorei por um artista, achava uma perda monumental, não apenas pelo lado musical, mas principalmente pelo lado do artista contestador que ele sempre foi e numa época que ele depois de quase cinco anos de reclusão estava voltando a lançar discos e se posicionar politicamente, associado a isto a maneira brutal e sem sentido como ele foi assassinado, era para qualquer um desmoronar, até hoje ele faz falta, como já disse uma perda lamentável.

2 comentários:

  1. Meu beatle preferido é o George Harrison. Mas John Lennon era um gênio, sem dúvida. Não tenho Mind Games, mas gosto muito de Imagine e Plastic Ono Band.

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  2. É Luís, o George sempre foi um grande músico, pena que ficou meio que de coadjuvante de John e Paul, quando conseguiu mostrar suas qualidades, com o fim dos Beatles, mostrou que era muito bom, apesar de algumas escorregadelas sonoras, seu album triplo "All thing must past" é um primor musical, um verdadeiro clássico, mas... com certeza John foi bem melhor.
    Um grande abraço.

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