sexta-feira, 10 de abril de 2009

LPs Alladdin Sane / Pinups - David Bowie



Com Aladdin Sane, David Bowie mostra ao mundo o grande artista que figuraria entre os melhores das próximas decadas, depois de um álbum simplesmente primoroso o "Ziggy Stardust", ele aparece com um disco cheio de nuances, troca o tecladista Rick Wakeman (sim, ele próprio) por Mike Garson que pontua quase todo o disco com toques magistrais, Bowie conta neste disco com o guitarrista excepcional Mick Ronson, responsável pela excelência de quase todas as músicas. O álbum abre com "Watch That Man", que é Bowie claramente bebendo das águas dos Rolling Stones, um rock and roll simples, selvagem, rápido. A próxima faixa é uma obra prima, o título da canção, "Aladdin Sane" é na verdade um trocadilho com a frase "A lad insane", um rapaz insano, ao lado do nome, existe três datas em parênteses, 1913 - 1938 - 197?, os primeiros dois anos tem em comum serem anos vésperas do inicio da Primeira e Segunda Guerra Mundial, respectivamente. É apenas natural supor que a terceira lacuna, especula sem determinar a véspera da Terceira Guerra Mundial ( ainda bem que ele não acertou), o piano de Mike Gorson é simplesmente espetacular. Em Panic in Detroit ele cita Che Guevara. Outro destaque do disco é a versão de "Let´s Spend The Night Toghether" de Mick Jagger e Keith Richards, se na versão dos Rolling Stones a música era mais compassada e com conotações totalmente heterosexuais, Bowie faz uma versão mais elétrica e como um bom polemista, tenta impor uma visão homosexual a música, Mick Ronson arrasa na guitarra. "The Jean Genie" é totalmente Mick Ronson com riffs de guitarra hipnóticos e a voz de David emulando tudo, e que voz, cristalina, uma das maiores vozes do Rock mundial.

Com o estrondoso sucesso dos discos anteriores "Ziggy Stardust" e "Aladdin Sane", David Bowie já tinha virado um superstar reconhecido mundialmente, não parava de fazer shows pelo mundo e estava em turnê ininterrupta desde o lançamento do "Ziggy Stardust" com sua banda os "Spiders from Mars" e como bom camaleão do Rock, ele precisava de mudanças e resolveu fazer um disco só de covers como o "Pinups".

Na contra-capa, Bowie conta que as canções haviam sido escolhidas entre as bandas que ele mais amava e via os shows, em Londres, entre 1964 e 1967, são covers de bandas expoentes do rock, como The Who, Pink Floyd, Yardbirds e The Kinks. Bowie usa muito o sax que o acompanhou por diversos outros discos. É um disco vigoroso, mas não tão fascinante nem inspirado como os anteriores, hoje é considerado um disco "menor" pela maioria dos críticos, mas até um disco "menor" de Bowie fica acima da média, a voz continua ótima como sempre.

Uma curiosidade, na capa, Bowie posava com a modelo Twiggy que fez muito sucesso nas passarelas da época.


Ano de lançamento: 1973 / 1974
Ano de aquisição: 1974



Nota: A descoberta de David Bowie foi um grande salto qualitativo no aprimoramento musical de meus ouvidos, com ele descobri a dimensão que o Rock poderia ter, os ouvidos acostumados apenas com Alice Cooper, perceberam que a música poderia ser mais ampla, depois de ler sobre Bowie, me lembro quando na loja de disco ouvi o álbum Aladdin Sane, fiquei simplesmente vidrado, definitivamente Bowie tinha tomado o lugar de Tia Alice e se perpetuou por toda minha vida como um dos preferidos na música, aqueles que tiverem a paciência de acompanhar este Blog, verão que muito de Bowie será comentado, quase toda sua discografia, desde os primórdios até os dias atuais, Bowie mostrou que a música era superlativa. VIVA BOWIE.

Vou comentar dois discos por postagem quando eles forem próximos, nem sempre será assim e infelizmente não comentarei todos os meus discos, serão os principais (que já são muitos), fiz umas contas que se comentasse um disco por dia (o que não tenho tempo) acabaria em 2025 esta leva, isso sem contar os que seriam adquiridos até lá, vamos ver até onde isso vai.

Um comentário:

  1. Cara, sou fã de carteirinha de Bowie, um artista que eu conheci na década de 80 com músicas menores como Modern Love. Somente mais no final de adolescência eu fui descobrir o Bowie dos anos 70: criatividade na mais alta dosagem. Fiquei meio pirado. Amo tudo que o cara fez naquela década, mas o trio Hunky Dory/Ziggy Stardust/Aladdin Sane é insuperável.Infelizmente perdi as edicoes em vinil do Ziggy e Hunky, que depois eu substitui por cd, mas ainda tenho o Aladdin.
    Muito legal seu blog. É bom saber que ainda tem gente neste país que tem um relacionamento apaixonado com a música. E que não escuta somente aquilo que midia empurra goela abaixo...

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