quinta-feira, 16 de setembro de 2010

FESTIVAL MIMO - SELMER #607 - 04/09/10























Para aqueles que desconheciam este grupo (eu incluso), vale a pena a transcrição do realese do programa do festival.

"Se Django Reinhardt fosse vivo, estaria fazendo cem anos e provavelmente ainda tocaria seu violão Selmer #503. A sonoridade do instrumento é semelhante à do Selmer #607, modelo que inspirou estes seis franceses a montarem um coletivo de jazz manouche, também conhecido como jazz cigano. Com menos de 30 anos (os músicos) e dois discos gravados, esses seis garotos da França já se consagraram por seu virtuosismo. Em seus concertos, fazem releituras de Miles Davis, John Coltrane, Richard Galliano e, claro, Django Reinhardt."

Encerrando o terceiro dia e como a grande aposta do Festival MIMO - Mostra Internacional de Música de Olinda, na Igreja da Sé, o virtuosismo deu a tônica da apresentação do Selmer #607. Apesar de o grupo contar com seis integrantes, o espetáculo se desenrola com apenas quatro no palco, um contrabaixo e três violões, sendo um deles o tal do Selmer #607, e três dos integrantes se revezam tocando o violão que empresta o nome ao grupo. Segundo explicação dos próprios integrantes, este modelo é um dos remanescentes dos 900 violões fabricados entre as decadas de vinte e trinta do século passado, quando deixaram de ser fabricados e tinham como um de seu maior divulgador o lendário cigano Django Reinhardt.

Para os fãs do gênio cigano belga, como eu, foi fácil se encantar logo de primeira com a sonoridade vibrante, peculiar ao jazz cigano, apresentada pelo quarteto. Com releituras de clássicos do jazz, os jovens músicos, demonstravam um virtuosismo que as vezes impressionava devido a pouca idade, principalmente os que tocavam no violão principal. O Selmer #607, esmerou-se em composições de Reinhardt, mas também passearam por Tom Jobim (aplaudidíssimo), Coltrane e Miles Davis. Apesar de franceses, um povo muito contido, eles esbanjavam alegria e demonstravam estar felizes por estarem se apresentando ali, o que cativou logo a plateia que quase lotou a Igreja da Sé e retribuiam em aplausos calorosos.

Um grupo que pelo virtuosismo dos seus integrantes (no bis, todos se revezavam em todos os instrumentos, numa jam session sensacional) e pela qualidade musical, deram uma renovada no jazz manouche e garantiram uma sobrevida a este estilo, que andava meio esquecido ultimamente. Mais uma grata surpresa deste festival, um show que valeu a pena ter assistido.

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