Em seu show, neste JAZZ PORTO 2009, a "Contrabanda" utilizou como sempre a linguagem jazzística, imprimindo um forte conteúdo emocional que, aliado à constante improvisação, levou o pequeno público a aventuras musicais inusitadas e excitantes. Comandados pelo excelente maestro e saxofonista Edson Rodrigues, figura das mais expressivas no meio musical do Recife e com ajuda dos ótimos integrantes do grupo, desfilaram desde composições próprias até standards dos mestres do jazz como Duke Ellington, foi uma apresentação bastante competente que agradou em cheio a plateia ali presente e como não poderia deixar de ser, como um bom conjunto pernambucano, encerrou sua apresentação com um frevo que botou todo mundo para dançar.
A outra atração da noite foi o blueseiro e gaitista Flávio Guimarães, já reconhecido nacionalmente e com uma carreira consolidada, um dos fundadores do ótimo "Blues Etílico", Flávio não decepcionou, com uma banda enxuta, baixo, guitarra e bateria, desde a primeira música ele ganhou a plateia, seu show, calcado num repertório do blues tradicional, mostrou todo seu virtuosismo com suas inúmeras gaitas, quando a levada era mais para o blues elétrico a empolgação era geral, principalmente quando convidou a subir ao palco os integrantes da Contrabanda o saxofonista Edson Rodrigues e o trompetista Fábinho Costa que simplesmente arrasaram com seus solos de improviso arrancando aplausos entusiasmados do infelizmente pequeno público, a satisfação estampada no rosto do Flávio, demonstrava que ele estava curtindo muito estar ali tocando em Porto de Galinhas.Logo após subiu ao palco, como convidada, a cantora e também blueseira Taryn Szpilman, com sua figura exótica, encantou a todos com sua performance no palco, sua bela e envolvente voz, moldada para o estilo blues, agitou a galera, principalmente a masculina, pena que ela cantou só uma música.
A apresentação continuava num estilo informal, pequeno público junto ao palco, transformava aquela apresentação quase num encontro de amigos, sem formalidade nenhuma, todos totalmente leves, soltos e contentes a música fluia agradando aos ouvidos de todos. Aí o Flávio chama para o palco um tal de Karl Dixon, levanta da mesa vizinha a minha no Budega Bar, um negão, opsss, afro decendente, que eu jurava que era mais um pai de santo do que um músico, todo vestido de branco, corpo atlético, um chápeu estiloso preto e uns óclinhos escuros a la Lennon, sobe ao palco com a malemolência dos baianos, apesar de ser de Nova York, amigos, quando este negão soltou a voz, não teve mais pra ninguém, acho que o cara era espírita, uma hora via o James Brown, outra o Wilson Picket, enfim, o cara simplesmente arrasou, botou todo mundo pra dançar, pular, cantar junto, transformando a Praça das piscinas naturais, numa verdadeira celebração da boa música. Para terminar, subiram todos ao palco em uma Jam Session para ficar na história daquele lugar, um transe total, um momento único que aqueles que acumulavam calorias nos chiques restaurantes perderam, pior pra eles.
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