sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Filme Alô, Alô Terezinha - Nelson Hoineff
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
LP Autógrafos de Sucesso - Caetano, Gil e Gal
No caso, esta coletânea abrangia três dos mais famosos artistas da Tropicália e suas músicas representativas, com um pequeno apanhado do início da carreira do trio de Baianos. De Caetano Veloso, "Alegria Alegria", "Super bacana", "Tropicália" davam a dimensão do grande artista que ele é até hoje.
Gilberto Gil aparece com as emblemáticas "Aquele abraço", "Procissão" e "Louvação" músicas que venceram o tempo e hoje se tornaram clássicos da MPB, numa demonstração de que os artistas de hoje precisam muito ouvi-los.
Bom, o que Gal Costa fez para merecer dividir a capa com a dupla de baianos mais famosa, é um mistério, pois ela só aparece dividindo a faixa "Domingo" com Caetano.
Para quem, como eu, conhecia pouco dos tropicalistas, este LP foi uma ótima introdução, percebi que aqui no Brasil, tinhamos artistas que não deixavam nada a desejar aos de lá de fora. O Rock começava a brigar com a MPB no meu gosto musical.
Ano de lançamento: 1971
Ano de aquisição: 1975
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Dança - Embodied Voodoo Game - CEna 11 Cia. de Dança
Chato, muito, mas muito chato, é o que se pode dizer deste espetáculo da CEna 11 Cia de Dança (se escreve assim) vinda de Santa Catarina, integrante do 14º Festival Internacional de Dança do Recife 2009.
A ideia era até boa, associar dança com game de computadores, tentando vincular uma coisa com a outra, inclusive acrescentando elementos cênicos, como um controle de Nintendo Wii e com a interatividade dos espectadores, mas infelizmente só ficou na ideia, eles não conseguiram transpor para o espetáculo.
O que se via no palco, nem era dança, nem tampouco Game, ficou no meio termo do nada.
É impressionante a capacidade destes curadores de ver algo em espetáculos como este, pura perda de tempo.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Dança - Les Possédes - Cia Toula Limnaios
Atualmente uma das mais respeitadas companhias de dança contemporânea, Toula Limnaios veio com um espetáculo desta vez mais centrado na coreografia, com um palco praticamente nu, única cenografia eram alguns panos brancos do teto ao chão, com um figurino simples de pessoas comuns, e um ótimo jogo de luzes que realçavam bem algums passos da dança. Sem o aparato cenografico dos espetáculos anteriores, Toula se perdeu em passos visivelmente já manjados e com pouca inspiração, provocando no ar, um certo "deja vú".
Infelizmente nunca li Dostoievsky, se este espetáculo representa o sentido de seus livros, ele deve ser muito chato.
sábado, 24 de outubro de 2009
LP Blood on the Tracks - Bob Dylan
Há talentos que são incontestáveis, Bob Dylan é um deles, apesar de sua sofrível voz, compensa com seu extraordinário talento para compor e escrever letras transformadas em verdadeiros poemas, seja falando da relação humana, contestando a sociedade ou simplesmente em canções de amor, tornou-se um verdadeiro ícone da cultura pop mundial, título que lhe acompanha há mais de quarenta anos. Um dos maiores poetas vivos das Américas, com seus poemas Dylan é o único que mais claramente pegou o mar turvo e colocou num copo para que possamos digerir.
"Blood on the tracks" foi lançado numa época dificil na sua vida pessoal, o que é fácil supor desde o título do LP até uma rápida análise de suas músicas. Com problemas familiares, principalmente com a esposa Sarah, ele traz o sentimento de volta ao lar, as palavras, a música, o timbre da voz, falam de lamento, melancolia, de um sentido de adeus inevitável, misturados com humor malicioso, alguma raiva e uma alegria simples, são os poemas de um sobrevivente.
O disco é simplesmente magistral, Dylan na sua melhor forma, ninguém consegue melhor interpretar Dylan do que o próprio Dylan. "Idiot wind" é um verdadeiro clássico do cancioneiro americano, é um poema duro, de sangue frio sobre a ira do sobrevivente, incrivelmente pessoal, mas mesmo assim pode figurar como um hino para todos aqueles que se sentem invadidos, abusados e embrulhados. Outro destaque é o poema de longa narrativa "Lily, Rosemary and Jack of hearts" onde canta uma canção mais fugitiva, alusiva, simbólica, cheia de imaginação e reticências.
Além de se expor publicamente, o disco mostra um Dylan musicalmente mais maduro, a sua inseparável gaita, as vezes melancólica, as vezes alegre, dá o tom certo a cada música, seu violão com sua batida folk, transforma suas baladas em verdadeiras perólas musicais, o exemplo são as belas "Tangled up in blue" e "Simple twist of fate". Uma ótima fase para o mestre do folk.
Apesar da unidade musical deste extraordinário disco, ele não figura entre os mais conhecidos de Dylan, merece uma grande atenção, mesmo trinta e cinco anos depois de ser lançado, as grandes obras são eternas.
Ano de lançamento: 1975
Ano de aquisição: 1975
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Filme Bastardos Inglórios - Quentin Tarantino
Não se consegue assistir a um filme de Quentin Tarantino, sem se remeter ao seu início de carreira com "Cães de Aluguel", primeiro, porque aquele filme feito de maneira independente mostrava que o cinema poderia ter um caminho alternativo para se renovar, em segundo, pela própria maneira como ele se lançou no mercado cinematográfico. De mero vendedor de uma video locadora para um dos mais respeitados diretores do cinema americano, uma trajetória respeitável, amparada por um sentimento inabalável de amor ao cinema, dificilmente visto entre os artistas de sua geração.
"Bastardos inglórios" é antes de tudo mais uma apaixonada incursão de Tarantino no mundo adulto da fantasia, onde seu amor a filmes B e antigos aparecem na abertura do filme e permeiam cenas até o seu final. A cena de abertura é um primor de direção de arte e de atores e é fundamental para entender a narrativa, com direito a uma homenagem belíssima a cena final do extraordinário filme "Rastros de ódio" de John Ford, mas repetir a cena pura e simplesmente seria muito pouco, Tarantino homenageia invertendo a situação da cena, mostrando que uma nova leitura pode também ser uma forma de respeito com inovação.
Mexer numa ferida de um dos episódios mais tristes da história mundial, quando tantos filmes já abordaram com diversos enfoques, não é tarefa das mais fáceis, mas o diretor e escritor optou por fantasiar este episódio, poderia ter resvalado para a vulgarização. Apesar da violência explícita, marca registrada do diretor, a estória se desenrola com um certo humor, e os personagens são apresentados como as pessoas que poderiam ter mudado esta triste história, o que nos faz torcer para que eles atinjam seu objetivo, mesmo que para isto seja necessário o uso de violência e venha a custar a vida de pessoas.
A história é contada em capítulos que se entralaçam entre si, numa narrativa dinâmica, os fatos são apresentados de uma maneira a se criar uma expectativa positiva no seu final, a cada cena surge uma surpresa, aumentando a torcida a favor dos bastardos, criando no espectador a vontade de que os fatos históricos sejam modificados.
Com o elenco encabeçado por Brad Pitt numa atuação digna de um escroque sem coração, com um sotaque e um bigodinho que são o ó (lembrando sua atuação em "Snatch - Porcos e Diamantes" de Guy Ritchie ), Tarantino continua sendo um ótimo diretor de atores, todos os bastardos estão ótimos (Eli Roth, o melhor), assim como Cristhopher Waltz com uma atuação magistral como o oficial Nazista "Caçador de Judeus", que rouba todas as cenas em que aparece, inclusive uma com Pitt.Tendo uma narrativa leve e solta, Tarantino mostra mais uma vez que filma com a paixão dos novatos e é muito fácil de verificar isto, quando ao final do filme se percebe que tivemos mais de duas horas de puro prazer.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
LP Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy - Elton John
Apesar de todo o sucesso, Elton sempre passou por altos e baixos na sua vida pessoal, este disco é fruto de uma retomada, após turbulências pessoais quando sua carreira artística foi afetada. Já sem conseguir a inspiração necessária para fabricar novos hits, Elton fez um disco competente com belas baladas e rocks interessantes, mas que não atingiram o grande público como ele estava acostumado.
Nenhuma das canções do LP obtiveram destaques nas paradas de sucesso da época, fazendo com que ao escutá-lo, não se indentifique nenhum hit, o que convenhamos, em se tratando de Elton John, chega a ser estranho, mesmo assim é um disco que merecia uma atenção melhor, muito baladeiro de hoje deveria pelo menos tentar chegar perto do Captain Fantastic, porque do Elton John, é quase impossível.
Ano de lançamento: 1975
Ano de aquisição: 1975
domingo, 18 de outubro de 2009
LP Ney Matogrosso - Ney Matogrosso
Integrante de maior destaque dos Secos e Molhados, grupo de estrondoso sucesso no início dos anos 70, Ney Matogrosso saiu em carreira solo depois de desentendimentos com os outros integrantes do grupo e a briga foi feia, com acusações de ambos os lados, principalmente com o João Ricardo que se achava o dono do grupo.
Com o estardalhaço feito, e uma saída nunca muito bem explicada, cresceu a expectativa diante do primeiro disco solo do cantor de falsete e figura andrógina, afinal nas trocas de farpas cada qual que quisesse tomar para si como sendo o responsável pela qualidade sonora dos S&M.
Rodeado de tantas expectativas e sendo vendido como uma novidade absoluta, o disco foi considerado na época como um tanto exagerado, a figura de Ney com sua vestimenta a la o homem de Neanderthal e a propalada utilização de um papel para a capa que exalava um cheiro de mato, não ajudou muito no sucesso do disco, não foi muito bem compreendido pelo grande público.Incompreensão a parte, a verdade é que o disco musicalmente é excepcional, uma verdadeira rutura que Ney teve a coragem de propor ao seu público, como se quisesse mostrar que o cantor dos S&M estava definitivamente enterrado, cheio de experimentações musicais, acordes dissonantes e um tanto dificeis de se assimilar em uma primeira audição, repleto de arranjos elaboradíssimos e rebuscados era a prova de que ali não estava apenas o cantor de voz "diferente", Ney se integrava a um time de músicos de uma qualidade acima da média comandados pelo trumpetista Márcio Montarroyos.
O disco inicia com "Homem de Neanderthal" que dá o tom do que viria pela frente, com seus sons guturais e da natureza, mostra que a intenção era de fazer um disco ligado a terra, o mato, como o cheiro que realmente exalava de sua capa, pelo menos por alguns dias. A sua versão para "O Corsário" de João Bosco e Aldir Blanc, até hoje é insuperável, segue com "Açucar Candy" de Sueli Costa e Tite Lemos, com uma letra de uma sutileza que não deixava mais dúvidas quanto a opção sexual do cantor, só não entendeu quem não quiz, a turma da censura não deve ter entendido.Sempre com arranjos rebuscados, o disco segue com músicas de alto calibre para fechar com chave de ouro com sua três últimas canções, "Barco Negro" de Piratini e Caco Velho uma espécie de guarania muito bem interpretada por Ney e com um solo de violão maravilhoso, "Cubanacan" é uma salsa dançante que se inicia com um ótimo solo de trumpete e fechando tudo "América do Sul" que se tornou o sucesso do disco, executada até hoje.
Acompanhava o LP um compacto com duas músicas do extraordinário Astor Piazzolla, gravados na Itália, onde morava, com acompanhamento do próprio, um luxo que poucos artistas conseguiram ter, principalmente quando se sabe do nível de exigência do compositor de "Adios Noninos". O compacto tinha de um lado "As Ilhas" de Carneiro e Piazzolla que simplesmente arrasa com seu bandoneon dando uma beleza diferente a voz de Ney, do outro lado "1964" de Borges e Piazzola, um tango belo e soturno como só Piazzolla sabia fazer.
Este disco pode não ter tido o sucesso que se esperava na época, mas mostrou a capacidade e excelência sonora do cantor Ney Matogrosso, provado posteriormente pelo enorme sucesso alcançado até hoje.
Ano de lançamento: 1975
Ano de aquisição: 1975
LP Rock'n'Rolling Stones - Rolling Stones
Esta coletânea se diferencia das demais por conter músicas menos conhecidas dos Rolling Stones, na maioria covers, com apenas uma da dupla Keith & Mick "19th Nervous breakdown" pouco conhecida, mas com a mesma qualidade das demais da dupla.
O disco desfila cinco clássicos de Chuck Berry grande ídolo de Keith Richards, as mais conhecidas e geniais "Little Queenie" e "Carol" em versões "ao vivo" simplesmente fantásticas, com outras menos conhecida como "Come on", "Talkin' about you baby" e "Bye bye Johnny" (rockão vigoroso) não menos sensacionais. Outro destaque é "I Just wanna make love to you" do papa do blues Willie Dixon, numa versão que deveria transformá-los em co-autores.
Ano de lançamento: 1974
sábado, 17 de outubro de 2009
LP The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the round table - Rick Wakeman
Todo artista em início de carreira (neste caso, a carreira solo) tem a síndrome do segundo disco, que é o teste para saber se o mesmo consegue seguir adiante, ou vira artista de um disco só. Quando o artista ultrapassa esta fase apresentando um disco sensacional, as cobranças em vez de diminuir, aumentam, a crítica é implacável.
Isto foi o que aconteceu com Rick Wakeman que passou com louvor, no teste do segundo disco com o excepcional "Journey to the centre of the Earth" que se tornou um marco no genêro rock progressivo, o que poderia se tornar um alívio (um ótimo segundo disco), acabou trazendo mais expectativas para o terceiro disco e foi, na época, este clima de cobrança e alta expectativa que rondou o lançamento desta, vamos dizer, ópera rock progressiva do mago dos teclados.
Depois do estrondoso sucesso de seu disco anterior, Rick Wakeman obteve toda liberdade e altos orçamentos para seu novo trabalho. A experiência de contar uma história épica foi retomada, desta vez com a lenda do Rei Arthur, o conceito musical foi seguido na mesma linha do anterior, grandiloquência, orquestras e coros, uma banda de rock de suporte e vocais, desta vez masculino e feminino, apesar de não se encontrar a mesma inspiração do anterior, o disco não decpciona, Wakeman vai construindo as músicas com muita qualidade, balanceando com muita precisão a entrada da orquestra com o som da banda e seus teclados, o que resulta num som que agrada a todos.
A opção pela continuidade do conceito musical anterior poderia descambar para a mesmice, o que não acontece aqui, para musicar a lenda do Rei Arthur era necessário esta ambiência, não se pode imaginar falar de reis e idade média apenas com rock, era necessário uma grande orquestra, os destaques do disco são a bela "Guinevere" e a mais bonita e conhecida do disco "Merlin The Magican", toda calcada no virtuosismo dos inúmeros teclados de Wakeman, uma balada de uma sonoridade exuberante, ela sempre foi pedida e tocada em seus shows.
Com este disco Rick Wakeman se consolida em sua carreira solo, apesar dos altos e baixos, entradas e saídas no grupo YES, mas ele passou bem pelo teste do segundo e terceiro disco, daí em diante, bem.......A qualidade gráfica do LP é um destaque a parte, mesmo na edição nacional, muito bem cuidado, com capa dupla e um encarte belíssimo com gravuras que indicavam as letras das músicas, neste quesito, foi nota dez. Agora, o porque da excalibur estar dentro de uma bigorna e não de uma pedra, como reza a lenda, nunca foi explicada.
Ano de lançamento: 1975
Ano de aquisição: 1975
Nota: Um fato curioso em relação ao lançamento deste disco, pode bem ilustrar os efeitos da globalização nos dias de hoje. Os leitores mais atentos deste blog, vão se lembrar de um post (Suzi Quatro) que falei sobre uma loja de discos, onde ia nas tardes de sábado ver lançamentos e trocar ideias com outras pessoas, pois bem, me lembro, isto há mais de trinta anos, que o assunto era o lançamento deste LP e se discutia como seria a capa do disco, como as informações chegavam ao Brasil sempre com atraso e em Recife com um atraso maior, ficavamos tentando adivinhar como seria a capa e o projeto gráfico tão falado do disco, isto terminava criando uma agradável ansiedade e expectativa que nos acompanhava até o seu lançamento.
Hoje, com a globalização não se vê mais esta expectativa, aliás não se vê mais nem as capas dos discos, ficou tudo muito rápido, sem emoção, sem discussão, tudo muito banal, o que pode descambar para a banalização do banal.quinta-feira, 15 de outubro de 2009
LP e CD Young Americans - David Bowie
O disco começa com a bem balançada faixa título, mostrando todo o feeling do camaleão do rock, a introdução de bateria com sax é de arrepiar, a visão de Bowie do jovem americano está impregnada de música negra, dos corais a batida do baixo, depois desta introdução, aquele fã ardoroso do rock, já começa a repensar. E tem muita Soul music cantada com a alma branquela inglesa, mas de uma competência pouco vista, ele está cantando como nunca, e parece que neste tipo de música sua voz se sobressai mais.
Uma verdadeira aula de soul music, provando que a música negra americana também pode ser cantada por branquelos, eles só precisam ser gênios.
Ano de lançamento: 1975
Nota: Em tempos de vacas magras, vivendo de mesada, a ajuda de amigos sempre era bem vinda, principalmente na compra de discos, foi o que ocorreu com este. Um amigo-irmão que preservo até hoje, Arnaldo Saldanha, foi quem me ajudou a comprá-lo, talvez ele nem se lembre da dica de um cara que vendia os discos que as gravadoras disponibilizavam para as rádios, geralmente discos que não tocavam muito, e o cara na surdina vendia-os por um precinho bem módico, foi uma festa, terminei comprando ao longo de um período, ótimos discos, um jabá ao contrário, mas valeu a pena, foi uma ótima dica.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
LP Quadrophenia - The Who
O conceito de "Quadrophenia" é explicitado na música de mesmo nome, poderia ser entendido como uma personalidade quádrupla (?), Jimmy é um garoto que sofre deste problema, e quando ele toma suas pilulas, sua esquizofrenia se divide e ele passa a sofrer de quadrofenia.
O disco é um pertardo sonoro de uma qualidade excepcional, os dois discos desfilam um rock vigoroso como o The Who sempre soube fazer, som acima da média. Apesar da excelente qualidade este disco não obteve o sucesso à altura de sua música, passou meio despercebido da grande mídia e ficou sempre à sombra do mega sucesso "Tommy" apesar de ter a mesma qualidade sonora.
Ano de lançamento: 1974
domingo, 11 de outubro de 2009
LP Gimme Shelter - The Rolling Stones
sábado, 10 de outubro de 2009
LP Beatlemania - The Beatles
Este disco utiliza a capa e algumas músicas do primeiro LP oficial dos Beatles, mudando o título, mas a maioria das clássicas canções estão lá "It won't belong", "Please mister Postman", "Roll over Beethoven" (clássico do Chuck Berry), as músicas que não faziam parte do disco inicial e que foram incluídas neste LP foram, "I want to hold your hand", "She loves you" e "I saw her standing there", fica até parecendo uma coletânea e irresistível de comprar, principalmente para iniciados como eu na época.
Ano de lançamento: 1964
Ano de relançamento: 1974
Nota: Garoto muito curioso, atrás de novos sons, já ouvia falar dos Beatles, mas nunca prestava muita atenção no seu som, até que comprei este disco e não parei mais de ouvir, mas o que me tranformou em fã de carteirinha, foi uma sessão de cinema do filme "Help" que assisti no extinto cinema AIP, que ficava no décimo segundo andar de um prédio no centro daqui de Recife, o ano era 1975, o cinema era pequeno, passava bons filmes lá, chegando na sessão me deparei com uma fila no elevador, sinal do sucesso do filme, começada a sessão, eu ainda iniciado nos Beatles, verifiquei que praticamente era o único que não sabia cantar as músicas deste bobinho mas delicioso filme, o que me despertou para pesquisar sobre este maravilhoso grupo, daí em diante foi admiração pura.
LP The Six Wives of Henry VIII - Rick Wakeman
Um disco estritamente instrumental, que se tornou um clássico do rock progressivo, uma referência até hoje.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
LP e CD Fruto Proibido - Rita Lee & Tutti Frutti
"Levava uma vida sossegada, gostava de sombra e água fresca" nunca uns versos me trouxeram tantas recordações boas como estes, primeiro por me remeter a uma época em que a responsabilidade inerente aos adultos ainda passava ao largo e que vida sossegada eu levava, segundo, por que os versos pertencem a uma das músicas mais brilhantes do rock brasuca de todos os tempos, nunca se conseguiu uma integração entre arranjo, composição, letra e musicalidade quanto nesta pepita sonora, nunca uma letra conseguiu resumir tão bem um estado emocional, perfeição, na concepção da palavra, digna de um Chico Buarque, só que era Rita desabrochando toda sua excepcional musicalidade e percepção musical, que solo de guitarra, encanta até hoje, além de tudo, a mais expressiva capa para descrever uma música, ela é a própria ovelha negra, despojada, com um olhar fulminante de quem pouco tá se lixando com alguma coisa, como ela sempre foi e é até hoje.
Como se não bastasse, se fosse a única música do disco, já seria o bastante, ainda há muita coisa boa, começa com "Dançar para não dançar" clássico até hoje entre as músicas dançantes, aquele tecladinho inicial ficou na história, como Isadora, depois vem "Agora só falta você" outro clássico instantâneo, tem coisas como "Um belo dia vou lhe telefonar, pra dizer que aquele sonho cresceu" numa afirmativa mais otimista que a proferida pelo mais contestador dos Fab Four, ela deve ter telefonado para muita gente.
"Fruto Proibido" é um blues elétrico numa época em que Blues era algo tão distante quanto conseguir uma música com apenas um toque no teclado de um computador. "Este tal de Roque Enrow" sua parceria com o hoje platinado e místico Paulo Coelho, pode ser considerada como a música que mais expressa o que é este tal de rock'n'roll, de uma maneira até certo ponto humorada, o que demonstra a verve de Rita, descrevia a aflição de uma mãe vendo sua filha se "perder" dela, é a cara do rock'n'roll.
Acompanhada de uma banda azeitadíssima a Tutti Frutti que muito contribuiu para que este disco se tornasse um clássico eterno, com músicos competentes como Lee Marcucci que compôs outra pepita "Pirataria" com uma flauta digna de Ian Anderson, uma maravilha. "Luz Del Fuego" se confundiu com o personagem de tão expressiva que é, ninguém pensa na própria personagem sem pensar na música e vice e versa, a guitarra de Carlini é tudo de bom.
Este foi um disco marcante para a história do Rock Nacional, ainda hoje, o melhor de Tia Rita, não só pelas suas belas canções, mas porque Rita depontou como uma excelente artista que se mantém até hoje, quebrou as amarras que ainda a ligavam como apenas uma integrante do ótimo MUTANTES, mostrou que ela sabia muito, que tinha um futuro brilhante, comprovado pela história.
Ano de lançamento: 1975
Ano de aquisição LP: 1975
Ano de aquisição CD: 10/03
Nota: Eu como bom roqueiro só tinha ouvidos para o que vinha de fora, o que era quase uma unanimidade entre os garotos da época. Este disco foi o responsável a me fazer perceber que existia algo de muito bom em terras brasileiras, eu simplesmente me encantei com esta mulher maravilhosa, vi que o rock poderia falar minha língua e nada mais encantador para um garoto aficcionado por música do que perceber isto. Ela estava inspiradíssima e iluminada, fez um disco para ficar na história, perdi a conta das vezes que ouvi este LP, na época eu amava os Beatles, Os Rolling Stones e a Rita Lee.
domingo, 4 de outubro de 2009
Olinda Jazz Festival 2009 - 02/10 a 04/10/09
Na segunda noite, chegando atrasado novamente, com a lua cheia a iluminar os corações dos amantes jazzísticos, estava tocando um trio formado por Oleg Fateev, Simone Sou e Carlinhos Antunes. Oleg Fateev, um acordionista nascido na Moldávia, comandava o trio, com composições próprias, explorando a música erudita e tradicional russa e lançando mão de improvisos e sonoridade folk, onde imperava a sofisticação nos arranjos e com improvisações impecáveis que destacavam a integração do trio, fizeram um show que encantou a plateia que extasiada acompanhavam os acordes com bastante atenção. A próxima atração foi a "Amsterdam Klezmer Band" que como o próprio nome diz é natural da Holanda, a primeira vista, poderia-se imaginar, pelo aspecto físico, que eles tivessem saído do filme "Os Cowboys de Leningrado invadem a América", totalmente desconhecido do público, era nítida a desconfiança no que viria. A banda mostra uma visão contemporânea da tradição musical Judaica e dos Balcãs e logo na primeira música mostrou ao que veio, empolgando a plateia com sua música vibrante, a imagem daquela banda do filme se dissipou logo, os músicos todos muito bons com destaque para o saxofonista e o clarinetista, este fez solos ótimos, do meio para o final do show, com a calorosa acolhida do público, eles se soltaram e cada vez mais empolgavam, ao final foram ovacionados, voltaram três vezes para o bis e acabaram o show com todos dançando como manda a tradicional cultura judaica, foram aprovados.
No balanço final, faltou o tradicional jazz no Olinda Jazz Festival, mas como disse o líder do Bongar, jazz é improviso e houve muito improviso nas apresentações. O local foi acertadíssimo, Olinda ao ar livre é sinônimo de alegria e pessoas felizes, Montreux que se cuide.