domingo, 31 de maio de 2009
LP - Baile da Pesada - Big Boy & Ademir
LP - Slayed? - Slade
Este disco é anterior aos dois aqui postados, mostra o SLADE em ótima forma, destilando rocks pesados e vigorosos, simplicidade e competência. Na verdade, a banda não fez nada de revolucionário nem de tão novo assim, mas seu trabalho foi tão bem feito, tão cheio de espírito que, três decadas depois, o Slade continua arraigado na cultura popular britânica. Como está demonstrado em "Mama Weer All Crazy Now" e "Gudbuy T´Jane", o melhor do rock é, em geral, simples, estúpido e, ao mesmo tempo, sublime. O Slade nunca se levou muito a sério e, por isso, não ficava excessivamente preocupado em ser legal.
O disco contém apenas dois de seus singles de maior sucesso, mas, ainda assim, representa uma forte parcela de um rock puro, primal, gritado e genuíno, um belo LP que mostra muito bem a força que eles tiveram no rock inglês dos anos 70, bastante recomendável.
Ano de lançamento: 1972
Ano de aquisição: 1973
Nota: Este disco é outro da leva de meu irmão José Emilio, que trouxe ele da Inglaterra quando foi fazer um intercâmbio estudantil, apesar de mais interessado na soul music, ele disse que foi quase obrigado a comprar este LP, pois em Londres só se falava no SLADE, era uma febre só, por isso ele trouxe o disco.
Este post é para o Luis Valcacio, que tem um blog bem legal (vitrolaencantada.blogspot.com), que fez um comentário num post meu sobre o SLADE e comentou sobre este disco, era pensamento meu não postá-lo, pois nem me lembrava que tinha ficado com este disco, mas diante da citação do Luis, achei uma grande coincidência e resolvi postá-lo.
V VIRTUOSI - Celebra Marlos Nobre
Depois do intervalo, tivemos a primeira audição mundial da peça "Poema Illa para violoncelo e cordas" op.94 nº3a, com o celista Claudio Jaffé, numa interpretação magnífica, digam se não é um privilégio assistir a uma primeira audição mundial com um interprete deste porte? uma peça com bastantes nuances, digna do Marlos Nobre, depois da ovação, um bis do Claudio Jaffé que mostrou toda sua competência como violoncelista.
sábado, 30 de maio de 2009
SHOW - McFLY
LP - Nutbush city limits - Ike & Tina Turner
Entre uma sessão e outra de safanões, Ike e Tina entravam em estúdio e destilavam toda a adrenalina possível, produzindo discos irretocáveis como este, r&b, soul, funk, eletricidade pura, o negão pode não ter ensinado delicadeza e bons costumes para Tina, mas com certeza ensinou tudo de música, se ela, pós separação conseguiu se destacar e virar uma superstar, deve tudo a ele. Em termos musicais, nesta fase inicial, Ike pode ser comparado aos grandes da soul music (Marvin, Steve, Curtis, Wilson...).
O disco começa com a faixa título, um funk que é só eletricidade, segue com pepitas musicais de dar inveja, tem de tudo, o baixão pulsando e segurando o ritmo, os metais que eram brasa pura, baladas arrepiantes onde Tina mostra aonde aprendeu a cantar, rivaliza até com a grandiosa Aretha Franklin, e tome funk para quebrar as cadeiras, a guitarra de Ike determinando o ritmo acompanhado de um valoroso coral, soul music de primeiríssima qualidade do início ao fim do disco, quando ele termina dá vontade de ouvir novamente. Quase todas as músicas são do grande Ike.
Hoje, Tina praticamente abandonou o showbisness, deve ter se cansado de manter aquelas belas pernas e afinal, ninguém consegue manter a eletricidade eternamente (acho que só o Jair Rodrigues), pouco se ouve falar dela, o Ike faleceu em 2007, depois da separação nunca mais foi o mesmo, o estigma de violento o acompanhou pelo resto da vida e ver o seu "sparring" brilhar não deve ter feito muito bem para sua cabeça, morreu quase no ostracismo e perto da pobreza, mas quem manda não ouvir Capiba, poderia ter aprendido que "numa mulher não se bate nem com uma flor, loura ou morena não importa a cor".
Ano de lançamento: 1973
Ano de aquisição: 1974
Nota: Este discão foi comprado na época pelo meu irmão José Emilio, que de vez em quando comprava alguns discos, só que ele se interessava mais pelo r&b e soul music, eu como bom roqueiro, na época, torci o nariz para este disco e simplesmente ignorava-o, só com o passar dos anos e com a lucidez conseguida com a maturidade, foi que vim perceber que aquele disco que meu irmão deixou lá encostado era simplesmente fantástico e consegui resgatá-lo e incorporar a minha coleção, grande providência.
LP - I'm a writer, not a fighter - Gilbert O'sullivan
Ano de lançamento: 1974
Ano de aquisição: 1974
Nota: Na verdade ganhei este disco de uma tia minha, na esteira do enorme sucesso da música "Alone again" tema da novela "Selva de pedra", salvo engano, que também foi um tremendo sucesso, quem é daquela época, com certeza acompanhou o desenrolar do romance entre Francisco Cuoco e Regina Duarte que faziam o par romântico com um desempenho brilhante, hoje os pares romântico são Cauã Reymond e Grazi Massafera (uiiiii) tristes tempos.
Quanto ao presente eu simplesmente odiei, Gilbert O'sullivan com sua música açucarada ao lado de Alice Cooper, David Bowie e Slade, não combinava mesmo, só que desde aquela época, nunca me desfiz de nenhum disco tanto os que comprei, quanto os que ganhei por pior que fossem.
sábado, 23 de maio de 2009
LPs - Sladest/ Old New Borrowed and blue - Slade
Depois do estrondoso sucesso que foi o disco "Slade Alive" registro de um show ao vivo para os fãs, que ainda hoje é considerado uma das melhores gravações ao vivo do rock, eles lançaram a coletânea "Sladest" que agrupava os últimos compactos lançados incluíndo o grande sucesso do grupo "Cum on feel the noize" (uma característica deles era grafar as palavras de uma maneira própria), com certeza uma das grandes músicas do rock'n'roll, eles tinham um estilo próprio, um rock pesado, sem complicações, calcado na voz de gralha de Noddy Holder que funcionava muito bem na música do grupo, "Mamma weer all crazee now" foi outro grande sucesso, batidas pulsantes emolduravam as guitarras complementada por um coro de primeira.
"Old new...." veio logo após o "Sladest" trazendo consigo a mesma criatividade dos discos anteriores, o rock apesar de ainda vigoroso já tendia um pouco mais para o pop, tendência esta vista nas músicas "When the lights are out" e "Find yourself a rainbow" claramente inspiradas nos Beatles dos quais os caras eram fãs declarados, este disco foi gravado no mesmo estúdio que logo antes John Lennon gravara o antológico "Mind Games" e isto com certeza influenciou eles, os ares deixado pelo gênio foi muito bem captado e o disco é um misto de rocks pesados e pop sempre de qualidade.Estes dois discos exprimem bem o som que o SLADE fizeram, música de peso com qualidade, com uma formação básica, duas guitarras, baixo e bateria, eles mostraram que com o seu estilo próprio podiam competir com os grandes grupos da época, Led, Deep Purple, The Who, etc.. e os discos sempre nos topos das paradas eram uma prova disto.
Ano de lançamento: 1973 / 1974Ano de aquisição: 1974
LP - Bloodshot - The J. Geils Band
"Bloodshot" seu quarto disco tem uma levada mais pop, "Back to get ya" é puro funk a la Sly & The Family Stone, com o baixo marcando o compasso e um solo de gaita de arrepiar, "Star all over again" parece ter nascido de um disco dos Stones, um meio blues bem competente, o disco segue com muito R&B e pitadas de blues elétrico, um som um pouco distoante do rock apresentado à época, um som mais balançado, que não ficou datado, permanece atual ainda hoje.
Ano de lançamento: 1973
Ano de aquisição: 1974
Nota: Comprei este disco meio que pelo sucesso que eles faziam nos EUA, ouvi algumas vezes na época e depois ficou encostado por muitos anos, não me lembrava dele direito, terminou sendo uma surpresa ouvi-lo tantos anos depois e o interessante é que algumas músicas me pareciam familiar, engraçado a nossa memória.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
FILME - SIMONAL - NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI
Um dos grandes méritos do filme sobre Wilson Simonal está na quantidade e na qualidade do material de arquivo. É a partir dele que podemos tomar uma certa dimensão do que foi o fenômeno que, segundo Nelson Motta, chegou a emparelhar com Roberto Carlos em nível de popularidade e se consagrou como o primeiro e talvez o maior popstar negro da música brasileira até os dias de hoje. Se a insígnia de "melhor cantor de todos os tempos" pode ser questionável, ninguém tira dele o status de ser o intérprete com maior empatia e capacidade de comunicação com o público, um verdadeiro regente das massas e grandes platéias e isto o filme mostra bem.
As informações apresentadas chegam quase sempre como novidades e os depoimentos são sempre esclarecedores, o filme segue informando sempre de maneira imparcial os fatos mais relevantes de sua vida, inclusive a fatídica passagem envolvendo o seu contador, o início de sua derrocada, e outra reflexão pode ser feita, o que leva uma pessoa que veio do nada, consegue subir tanto, vir a tratar a vida com uma certa arrogância e depois meter os pés pelas mãos, mas ele não está só, temos vários exemplos deste tipo.
Mais deprimente e beirando o patético foi ver as cenas de Simonal pouco antes de morrer e depois de quase vinte anos, ainda tentando se explicar em programas televisivos inexpressivos, a exceção de Hebe, que ele não foi dedo duro, imaginem vocês, alguém passar vinte anos com este carma, que crueldade e ainda tem gente que zomba disto.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
LP - We're an American Band - Grand Funk Rairoald
Banda genuinamente americana que se ao mesmo tempo que flertava com o psicodelismo da época, também tocava um rock pesado em contraponto com as grandes bandas inglesas que faziam muito sucesso. A banda tinha muito orgulho de ser considerada nesse ponto de sua carreira, a única resposta “genuinamente americana” ao sucesso das bandas inglesas, tais como o Led Zeppelin, o Deep Purple e o Black Sabbath.
"We're an American Band" como o próprio título diz é um disco para mostrar que eles se orgulhavam de ser americanos, rock simples mas competente, sua música tem um vigor bem apropriado para época, com este disco a Gand Funk Rairoald atingiu o sucesso total nos EUA.
Em julho de 73 "We're An American Band" chega as lojas, tendo as 3.000 primeiras cópias lançadas com a capa dourada e o vinil amarelo (uma raridade hoje em dia). Músicas como a que dava o nome ao disco, "Stop Lookin' Back", "Creepin'", "The Railroad" entre outras, fizeram do album um sucesso imediato chegando ao segundo posto nas paradas americanas. Até os dias de hoje "We're an American Band" já ultrapassou a vendagem de 20 milhões de cópias.Uma ousadia para a época era a foto da capa interna do disco, mostrada acima, deu muito o que falar.
Ano de lançamento: 1973
Ano de aquisição: 1974sábado, 16 de maio de 2009
DANÇA - GERALDAS E AVENCAS - 15/05/09
Questionando a ditadura da beleza e os padrões estéticos que submetem homens e mulheres, o espetáculo desperta uma reflexão em torno do tema, o que não deixa de ser algo interessante sobre este aspecto, quanto ao ato de dançar, apenas o trivial, bons dançarinos em coreografias competentes, nenhuma ousadia, apesar da ótima trilha de Zeca Baleiro proporcionar isto, trilha esta que vai do samba à ciranda, passando pelo axé e xote entre instrumentais e interpretações do próprio autor, pena que não tinha o cd para vender, valeria a pena, no mais, apenas mais um espetáculo de dança.
O problema é que depois de Twila Tharp, Pilobolus e Momix a dança contemporânea nunca mais foi a mesma e olhe que isto já faz um bom tempo, apesar que na dança clássica é a mesma coisa, alguém aí se lembra de algum outro dançarino depois de Nureyev, Barishnikov e Fernando Bujones?
Nota: Tive o prazer de assistir a um espetáculo de Mikhail Barishnikov, o ano foi 1986 ou 87 não me recordo bem, na época morava no Rio de Janeiro e ele foi se apresentar lá com o "American Ballet Theatre", só que os jornais do Rio só se referiam como a "excursão do Barishnikov", o que me deixava indignado pelo descaso com os outros integrantes do grupo, estava me iniciando como espectador de espetáculos de dança e tinha uma quase namorada (naquela época o termo "ficar" ainda não existia) a Cátia que já tinha sido bailarina e sempre íamos juntos assistir, ela queria ir muito ver o Barishnikov, só que eu não, por causa da minha indignação e também porque os ingessos eram caros, apesar de disputadíssimos, lotaram rapidamente as duas apresentações, a extra e até os ensaios abertos, tudo esgotado rapidamente, como eu me recusava a ir, intransigência imatura de um ainda quase jovem, ela conseguiu comprar com uma amiga, só que no dia da apresentação, no sábado, a tal amiga teve problemas de saúde com a família no interior do Rio e fui intimado a ir com ela para o Teatro Municipal assistir ao Barishnkov, lá fui eu com minha rabujice juvenil e arrogância, já destruindo o espetáculo, só que desde o início, durante e ao final do ballet pude verificar que toda aquela idolatria e reverência a ele durante as duas semanas anteriores eram plenamente justificadas, nunca vi ninguém dançar como ele, nem Fred Astaire, uma leveza inigualável, um sentido musical que beirava a perfeição, com a música ao vivo, ele quase que levitava no ar para acompanhar o compasso certo da orquestra, na cena em que Dom José mata Carmem na ópera de Bizet, era impressionante a sincronia com a música e isto tudo com uma leveza e uma delicadeza (matar alguém com delicadeza? só para os gênios) de deixar você boquiaberto.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
LPs Demons and Wizards / Sweet Freedom - Uriah Heep
Apesar de seu sucesso na Europa, o Uriah Heep nunca conseguiu emplacar um grande sucesso nos Estados Unidos. A banda lançou vários álbuns de sucesso nos anos 70.
O disco "Demons and Wizards" começa com uma bela balada "The Wizard" magnificamente cantada por David Byron que com sua voz límpida e extremamente bela caía como uma luva no som do Uriah Heep, Byron atuou no UH por mais alguns anos, mas o seu envolvimento com drogas e álcool terminou motivando o seu afastamento da banda, culminando na sua morte em 1986 aos 38 anos de idade, Byron não teve o reconhecimento a altura do seu talento, uma das grandes vozes do rock do início dos anos setenta.
Ano de lançamento: 1973/1974
TV - Som do vinil (Canal Brasil) - 08/05/09
LP - The Joker - Steve Miller Band
Disco bem ao estilo dos anos 70, onde se misturavam ritmos como o blues e o rock mais leve, a faixa "Evil" é um blues que deve ter sido aprendido com o T-Bone Walker, com um solo de guitarra de arrepiar, apesar do tempo, este não é um disco que ficou datado, música de qualidade nunca se perde no tempo.
Ano de lançamento: 1973